O outro lado da greve é o dos grevistas. Ninguém faz greve por diversão, ninguém põe em risco sua imagem diante a sociedade por passa-tempo. Ninguém quer enfrentar a fúria e a truculência do Estado por mero preciosismo. Os PMs, sejam da Bahia ou do Rio de Janeiro, têm seus motivos para se organizarem e, curiosamente, reivindicar melhorias que atingiriam direta e positivamente toda a sociedade civil. Afinal se trata de segurança pública.
Mas este lado da greve ninguém consegue enxergar com nitidez. E não enxerga porque a mídia não aborda o assunto por esse outro viés. O que vemos são comerciantes falando e fechando as portas, turistas reclamando da insegurança e a divulgação de notas oficiais das acessórias de imprensa.
Isto aqui dentro. E lá fora:
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Reivindicações dos trabalhadores repercutem na mídia internacional
A greve dos policiais militares na Bahia e as movimentações similares no Rio de Janeiro e em outros estados repercutem na mídia internacional. O jornal espanhol El País apontou o contraste entre o crescimento econômico do Brasil e a precarização de setores como a segurança pública. O periódico ainda explica que a greve na Bahia pode espalhar por outros estados, como Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Pará e Paraná.
O maior jornal dos Estados Unidos, The New York Times, lembrou que os salários dos policiais no Brasil são muito baixos, apesar de o país ser a sexta economia do mundo. A publicação também comparou a remuneração dos agentes de segurança com a dos juízes no Rio de Janeiro, citando supersalários que chegam a R$ 87 mil.
A rede inglesa BBC News reforçou que o Carnaval carioca pode acontecer em meio à greve dos policiais. A agência publicou uma declaração de um policial que pediu para que a população ficasse em casa até que a situação se resolva.
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