domingo, 10 de novembro de 2013

Seis jogos sem marcar. Tem explicação?

Tem explicação. Não é exata, afinal se trata de futebol. Mas vai muito além da falta de sorte protestada por Renato, após a derrota de 3 a 0 para o Cruzeiro, em pleno Mineirão lotado. Primeiro o jogo: o Grêmio não jogou para levar três. No retorno do 3-5-2, o time de Renato Portaluppi defendeu-se bem até meados da segunda etapa, concedeu poucos espaços ao bom time de Marcelo Oliveira, que sendo o bom time que é, virtual campeão brasileiro, aproveitou cirurgicamente o que teve de oportunidade. Na frente, o Grêmio teve um Kléber e um Barcos mai próximos, tentandodo ser uma dupla de fato. Contudo, os atacantes gremistas voltaram a falhar nas finalizações. 

Dentre as milhares de variáveis dentro de uma partida de futebol, destaco sempre três fatores como os mais importantes para definir se uma equipe vence ou não um jogo. Quase que inventarialmente são eles: posse de bola, intensidade e ocupação de espaço. No Mineirão, o Cruzeiro teve 64% da posse da bola (Footstats), teve equilíbrio quando imprimiu intensidade para abrir o placar na primeira etapa e depois quando usou essa intensidade para marcar o Grêmio na segunda etapa e chegar ao segundo gol apenas aos 33 do segundo tempo, matando o time gaúcho animicamente e liquidando a partida aos 40 minutos, com a marcação do terceiro gol. Em contrapartida, o Grêmio não teve essa intensidade nem quando resolveu atacar, nem mesmo quando queria marcar o adversário, fundamentalmente a partir da metade do segundo tempo.

Ramon Bittencourt / Lancepress!

Porém, o que essa equipe do Grêmio mais carece no atual momento é de ocupação de espaço. Apesar dos três gols dese domingo, tem ocupado razoavelmente bem os espaços defensivamente. É na transição da defesa para o ataque que a equipe tem falhado feio nos últimos jogos. Dificilmente alguém diferente dos atacantes gremistas perdem gols. Falhas individuais? Certamente. Questão de fase ruim e incompetência: a bola não está entrando. Mas há uma falha coletiva, pois uma equipe é formada de 11 jogadores, e precisa que aconteça um certo rodízio nas micro-regiões do campo. Um exemplo básico é como joga o Barcos, saindo bastante da área. 

Não é difícil ver a área de ataque gremista desabitada. Se o Barcos está fora dela, cumprindo uma função tática muitas vezes determinada por seu treinador, é preciso que alguém, no mínimo, ocupe aquele espaço vazio. Seja um volante, um ala ou um segundo atacante. Isso é ocupação de espaço, compensação tática. É um quesito em que o Grêmio parece ter regredido nos últimos meses.

Portanto, não é só culpa da sorte, do Barcos, do Kléber, do Vargas e do Mamute. É um conjunto de situações, e só pode ser corrigido pelo Renato Portaluppi. 

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