quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Grêmio: nem tanto ao céu, nem tanto a terra

É difícil ser sensato em um momento de eliminação, como o do Grêmio. Ainda mais quando essa eliminação está inserida em um contexto de uma sequência ruim de resultados, como é o caso do Grêmio. Contudo, é necessário ser equilibrado Ao contrário do muito que li, assisti e ouvi, o trabalho realizado por Renato Portaluppi, tal qual seu grupo jogadores, não são ruins. Não eram à época da vice-liderança, cerca de dois meses atrás. Não passam a ser agora.

Da mesma forma, o trabalho e o grupo de jogadores não são intocáveis, como prega a cada entrevista coletiva o treinador gremista. Obviamente há acidentes de percurso na caminhada tricolor nesses últimos meses de comando de Renato. Acidentes que são resultado de equívocos das mais variadas vertentes. A maior parte deles oriundo das decisões do comando técnico.

A escalação de Zé Roberto é um equívoco  não porque não deu certo efetivamente, mas sim pelo fato de ser um jogador que não vinha sendo utilizado. Estava desentrosado, sem ritmo de jogo e fora do contexto de equipe que o Grêmio adquiriu ao logo do trabalho. Mais coerente seria Elano. Mais correto seria Vargas. Mais lógico seria Elano e Zé acionados com mais frequência nos últimos quatro meses, não como titulares necessariamente, mas como opções valiosas certamente.

Lucas Uebel / Grêmio FPA

O primeiro tempo do jogo contra o Atlético-PR, na Arena, foi ruim. O Grêmio foi medroso, atacou pensando em não levar gol quando deveria pensar muito mais em fazê-lo. O Furacão foi inteligente, se fechou e aproveitou da evidente dificuldade gremista em converter as escassas oportunidades que cria.

Na segunda etapa, a necessidade fez do Grêmio um time mais impetuoso, sem medo de passar a bola pra frente, evitando o passe de lado. A fase não ajuda. O Grêmio correu mais que o adversário, criou muito mais e, de novo, foi infeliz na conclusão. Mesmo apressado e eliminado, foi um segundo tempo de razoável apresentação. Se faltou a sorte na hora do gol, sobrou competência ao goleiro Weverton - na mesma medida em que o tricolor foi incompetente nas jogadas de bola parada.

Prefiro o Renato da convicção do 3-5-2 e do 4-3-3 ao Renato que cede à pressão por Zé Roberto. Todos nós preferíamos um Renato menos arrogante em todas as situações, mais claro e menos repetitivo em suas entrevistas. Também prefiro que o treinador continue seu bom trabalho por mais de quatro meses. Que siga com o Grêmio de G4 por mais de meio campeonato, com uma equipe que segue com boas chances de ser vice-campeã. Que tem seus problemas, mas que também já teve - e segue tendo - boas e surpreendentes soluções.

Não está tudo certo no Grêmio. Mas, no futebol, por algumas poucas coisas erradas se perde um campeonato. Em reta final de temporada, com o Grêmio ainda muito vivo no objetivo de conquistar o direito a disputar a Libertadores de 2014, tudo o que o tricolor não precisa é de um clima de crise ou terra arrasada. Da direção para a comissão técnica, precisa sobrar respaldo e convicção. O mesmo vale da comissão técnica para os jogadores.

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