quinta-feira, 19 de julho de 2012

A excelente vitória gremista e a crise no Inter

Grêmio 3x1 Sport
As duas últimas vitórias do Grêmio foram por 3 a 1 e ambas significam bem mais que apenas um bom futebol. São duas vitórias construídas de formas diferentes, mas que fortalecem o moral do time não como em um jogo normal. Ganhar fora de casa, de um adversário que se imagina seja adversário direto na tabela, jogando 45 minutos com 10 homens em campo, com dois gols de um jogador que passava a ser criticado no Olímpico, tem a mesma relevância anímica que descer para o intervalo perdendo de 1 a 0 e voltar para o segundo tempo para dar um passeio no adversário e virar o jogo para 3 a 1. São duas vitórias que vão além do futebol jogado.

Elano foi o destaque do Grêmio. Luxemburgo parece ter acertado o meio-campo com o quadrado formado por Fernando, Souza, Elano e Zé Roberto. Na lateral, Tony é uma das grandes notícias do tricolor, foi responsável por inúmeras jogadas contra Cruzeiro e Sport. Na frente, o ritmo de jogo e o entrosamento entre Moreno e Kléber finalmente começa a fazer diferença.

O Grêmio ainda tem certa dificuldade contra equipes que se fecham e especulam no contra-ataque. Nesta quarta o time, agora mais experiente, demostrou mais paciência e triangulações, que são indispensáveis para furar sistemas defensivos muito fechados. 

O Tricolor fecha a décima rodada do BR-12 na boa 4° colocação, com 18 pontos.

Crise no Inter
A crise que se estabeleceu no Internacional depois da derrota de ontem, nada tem a ver com a derrota de ontem. Em Minas, aconteceu uma espécie de estopim ou, como preferirem, acendeu o sinal amarelo para Dorival Junior. Por toda a circunstância que envolvia o jogo, não há nada de anormal o Inter, desfalcado e com um jogador a menos, perder para um Galo que está embalado, é líder do campeonato, joga em casa, e tem um bom time de futebol.

O Inter poucas vezes agradou em 2012. Mesmo nas poucas vezes que teve todo mundo disponível. Afinal, Dorival reclama com razão quando alega as poucas oportunidades que teve de trabalhar com o grupo completo. Sem dúvida, lesões, suspensões e convocações prejudicaram o ano colorado. E são jogadores importantes, como Moledo, Kléber, D'Alessandro, Oscar, Dagoberto, Dátolo e Damião. Tinga e Sandro Silva, que já foram titulares a certa altura do ano, deixaram o clube. Dorival não conseguiu dar sequencia a uma ideia de time titular.

Outras questões que tomaram conta das manchetes coloradas durante o ano foram os casos de indisciplinas e desentendimentos de vestiário. Sintoma que não é de agora, e evidencia um grupo difícil de se trabalhar, que há anos passa pelas mãos de muitos treinadores.

Demitir Dorival seria entregar o futebol do Inter quase que exclusivamente ao bel prazer dos jogadores. Do contrário, os atletas também precisam sentir sua parcela de culpa na má fase do time. É cômodo para qualquer um no Beira-Rio deixar tudo recair nas costas do treinador.

Mais do que nunca Dorival precisa de respaldo da direção. O Inter precisa de trabalho técnico, tático e, importante agora, um pulso firme da direção dentro do vestiário. Trocar de técnico a toda hora relaxa o grupo, fragiliza o planejamento e demostra falta de convicção. Dorival é bom treinador e ainda tem lenha para queimar no Inter.

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