quinta-feira, 5 de abril de 2012

Inter, Santos e o jogão no Beira-Rio

Do meio para frente, Dorival Junior não contava com jogadores fundamentais de sua equipe. Oscar, D'Alessandro e Guiñazu teriam todas as condições de dar um algo a mais em favor do Internacional no jogaço que acabou em 1 a 1 no Beira-Rio. Ou talvez não, é do futebol. No primeiro jogo, em Santos, eles jogaram e o Inter tomou três do Neymar, este monstro com a bola nos pés que, nesse segundo jogo, só foi parado pela monstruosa atuação de Muriel, arqueiro colorado que vive uma temporada de muito brilho.

Ao contrário do Inter, o Santos de Muricy estava completo do goleiro ao centroavante. Um time que ainda é o atual campeão da América. E que, de quebra, é melhor que aquele Santos que venceu o Peñarol em julho passado. Uma equipe que demostrou muita maturidade ao não se desesperar com o gol cedo do Inter, um golaço do Nei, em linda cobrança de falta. O Santos segurou o Colorado com toda a paciência do mundo, neutralizou como pôde as investidas de Dagoberto e Dátolo, anulou Damião e, aos poucos, foi avançando e retendo a bola até possuir o controle do jogo, mas nada que representasse um desequilíbrio exagerado em campo, pois o Inter nunca foi passivo na partida.

Dorival armou um time híbrido, mas que atuou a maioria do tempo no 4-4-2, com Tinga bem aberto na direita, jogando uma bela partida, de muita entrega, com Dátolo ao lado, mais no centro que na esquerda, formando assim um quadrado torto no meio, com Sandro Silva e Élton jogando praticamente em linha na frente da zaga. Na frente, Dagoberto foi atacante ao lado de Damião, movimentou pelos dois lado, fez partida melhor que a do companheiro e melhorou com relação a ele mesmo nos últimos jogos.

As variações táticas do Inter pouco efeito prático tiveram no confronto. Em certos momentos Tinga recuou para formar um losango no 4-3-1-2. Algumas vezes quem recuava era o atacante Dagoberto, para armar a equipe no 4-2-3-1 que Dorival costuma usar.

O Santos não veio para empatar. Curiosamente, no final do segundo tempo, o Peixe era o mais interessado e jogar e se expor buscando o segundo gol que o próprio Internacional, que com este ponto somado adia e complica um pouco a classificação para a segunda fase. O Colorado fica quase que na obrigação de vencer o Juan Aurich no Peru e ainda torce por resultados paralelos bem prováveis que aconteçam.

Neymar passou como quis pela defesa colorada mais um vez, o craque santista merecia o gol por tudo o que fez e jogou no Beira-Rio. Neymar só não passou por Muriel, que por tudo o que catou embaixo das traves, não merecia ter sido vazado por Alan Kardec. Mas merecimento e justiça são conceitos complicados de serem aplicados ao futebol. Como ficou é sempre como deveria ser.

E foi um jogão. No final das contas, o Inter segurou as pontas. Pelo tanto de desfalques que teve Dorival, quando Tinga e Dagoberto cansaram, faltou banco para o treinador. Jajá, na Libertadores, ainda não. O mesmo vale para Gilberto. Muricy, por outro lado, tirou do banco Alan Kardec, autor do gol de empate, e Elano, jogador experiente e com passagens pela Seleção.

*Foto Diego Vara/ClicRBS

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