domingo, 8 de maio de 2011

Grêmio sai na frente na decisão

Algumas vezes, comentando jogos do Grêmio dessa temporada, escrevi aqui nesse blog: Viçosa não é Jonas. Mais uma forma de criticar a ineficiência da direção e da comissão técnica para achar uma alternativa à saída do goleador tricolor dos últimos dois anos. De fato, Viçosa não é Jonas, precisa jogar e fazer muito gol para ser tão importante para o clube quanto foi o 5° maior goleador do Grêmio. Porém, sem dúvida que Junior Viçosa, 21 anos, sobe no conceito de qualquer torcedor gremista e fica com o moral lá nas alturas depois desses dois domingos de Homem Grenal, de dois clássicos e três gols.
O primeiro grenal da decisão do Campeonato Gaúcho 2011 foi um grenal diferente, num Beira-Rio nem tão lotado e pouco empolgado, reflexos das eliminações de Grêmio e Inter na Copa Libertadores no meio da semana. Clássico de cinco gols, coisa rara. Grenal sem arbitragem polêmica, algo a se comemorar. Vale o registro e o parabéns a Jean Pierre Lima e seus assistentes.
Grenal que não teve D'Alessandro como figura principal, o astro colorado que inferniza a defesa tricolor desde que chegou ao estado, em 2008. Foi o grenal da atitude gremista, da recuperação de Renato e de seu grupo de jogadores, que continua carente de boa opções, mas tem potencial de fazer bons jogos como fez no Beira-Rio, vencendo o Inter por 3 a 2. Grenal de Luiz Severo Junior, que veio no meio da temporada passada de Viçosa, no Alagoas, e no clássico 386 fez dois gols e mais a assistência para o gol de Leandro.
Falcão, que só teve jogos decisivos, de mata ou morre, desde que assumiu o Inter, repetiu na escalação inicial erro muitas vezes cometido por seu antecessor. Ao optar pelo 4-2-3-1, o treinador escalou Sobis na meia-esquerda, com a missão de encostar em Damião e ser um jogador mais agudo que D'Alessandro e Andrezinho. O Colorado abriu o placar através dessa jogada: Sobis dentro da área, recebendo de Kléber e fazendo a parede para Andrezinho vindo de trás. Mas não foi uma boa tarde para o Sobis, que não conseguiu desempenhar a função (que não é a de ofício) o restante do jogo.
O grande mérito tricolor talvez tenha sido encaixar a marcação e não se abater com o gol cedo, aos 8 minutos. O Grêmio de Renato praticamente espelhou o esquema colorado, um 4-2-3-1 que variava para o 4-4-2 com meio-campo em losango. Para isso, uma escalação mais leve. Douglas não foi brilhante, mas fez boa partida, jogou centralizado. Na esquerda, marcando o lateral Nei e recuando para combater Andrezinho, a surpresa da tarde, Escudero, que entrou bem e e foi acertadamente expulso aos 44 do segundo tempo, depois de matar um contra-ataque colorado. Do outro lado, na direita, a mesma função do argentino tinha o jovem Leandro, de muito boa atuação e um gol anotado. Mais atrás, Rochemback e Fernando se entenderam bem. Na zaga, Vilson, que entrou no lugar de Rafa Marques, dá sinais de que realmente é o melhor zagueiro do tricolor, a não ser que Rodolfo resolva jogar o que sabe.
Do lado colorado, Damião não passou em branco. O goleador do Brasil no ano deixou o seu no momento em que Falcão perdia de 2 a 1 e resolveu apostar na maior dificuldade do Grêmio, a bola aérea. O Intenacional ficou com duas linhas de 4 e dois centroaventes na área, Leandro Damião e Cavenaghi. O Inter empatou, mas o Grêmio seguiu mais consciente na partida, tocando a bola com mais propriedade e lucidez. Aos 41, Viçosa, em posição legal, fez o gol da vitória.
A vantagem do Grêmio é muito grande, além de jogar em casa, tem a seu favor qualquer empate, qualquer vitória e derrotas de 1 a 0 e 2 a 1. Grenal, sabe-se, dificilmente foge a estes resultados. Contudo, o desse domingo fugiu, foi de um 3 a 2 de bom futebol e pouca pancada. É inegável que, no momento, o Gauchão é mais tricolor que vermelho e branco. O que não quer dizer muito depois que a bola rola, e tem mais 90 minutos de grenal e bola rolando no Olímpico, domingo que vem.

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