Em meados dos anos 70, mais ou menos a mesma época em que Osama Bin Laden combatia a invasão soviética no Afeganistão ao lado dos americanos, o grupo Originais do Samba - que revelou Mussum para o mundo! -, cantava o samba Tragédia no fundo do mar: "Assassinaram o camarão / Assim começou a tragédia no fundo do mar".
Todo mundo já sabe e já comentou. A última segunda-feira começou com uma das notícias mais esperadas, especuladas e temidas dos últimos anos. Os EUA finalmente encontraram seu inimigo número 1, Bin Laden, e como manda o figurino americano, o líder da Al-Qaeda foi executado numa operação secreta e internacional muito discutível.
Os americanos assassinaram o camarão, Obama garantiu a reeleição (por enquanto) e o povo americano comemorou como um torcedor que comemora título. Num discurso arrogante, o presidente americano exaltou a operação de seus homens, exaltou a vingança e a vitória. Um vitória psicológica para os americanos, não mais que isso. Vitória de pouco efeito prático - pra não dizer nenhum.
Com a operação inconsequente realizada no Paquistão, os EUA passaram por cima das autoridades daquele país sem nenhum tipo de autorização, rebaixando a autonomia da Estado paquistanes. Tornando, inclusive, delicada a situação do Paquistão com o grupo Al-Qaeda, que não sabe até que ponto o país pode estar envolvido na operação para assassinar Osama.
Nessa sexta (6), a Al-Qaeda divulgou nota com lamentações e ameaças: “a morte de Bin Laden será uma maldição para os Estados Unidos”.
O camarão está morto, só resta saber quando começa a tragédia no fundo do mar.
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