sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Colorado carimba o passaporte

São Paulo 2 a 1 contra o Internacional, no Morumbi. Uma derrota valiosa. Uma classificação histórica. Épico é a palavra, mas ainda não sabemos se é apenas o jogo ou se é esse Colorado de 2010, que é forte e tem chances reais de ganhar a Libertadores, o BR-10 e o Mundial de Clubes. Mas só o passar dos anos pode dar a dimensão de certas coisas, certas vitórias, certas derrotas, certos momentos, como este que o Inter vive desde 2005.

O Inter tinha noção que o São Paulo não seria aquele time encolhido que fora no Beira-Rio, que perdera de 1 a 0 e poderia ter perdido de dois ou três. Ricardo Gomes escalou uma equipe equilibrada, consistente, com bastante poder ofensivo. O SP jogou com meio-campo em losango, com um Hernanes em grande noite defendendo e articulando pela direita, fazendo Jean ir à frente e ajudando o mesmo lateral a marcar por ali Taison no primeiro tempo e D'Alessandro no segundo tempo.

Roth não cometeu o mesmo erro de Ricardo Gomes, para jogar fora de casa manteve a mesma estrutura de time que venceu há uma semana no Beira-Rio, um 4-2-3-1, mas tomou precauções. A linha de quatro zagueiros quase não se desfez, Kléber não subiu e deixou Taison sem companhia. O mesmo se repetiu com Nei, do outro lado. E, ao invés de Andrezinho ou Giuliano no meio, um Tinga pouco mais recuado e muito mais combativo.

Num tipo de jogo que até a minha avó correria com fôlego de Guiñazu, pouco se entrou nas duas áreas.De intermediária a intermediária, o jogo era equilibrado até os 30mim do primeiro tempo. Falha grotesca de Renan e o gol que fez o Morumbi explodir de alegria e esperança. Acontece nas melhores famílias e com os melhores goleiros. Não aconteceu é o abatimento colorado, o São Paulo não conseguiu crescer no jogo e o Inter continuou jogando da mesma forma, equilibrado e com o regulamento debaixo do braço.

Aos 6 do segundo tempo, cobrança de falta de D'Alessandro, desvio sutil de Alecssandro e o gol mais importante de 2010 para o Inter até agora. O jogo abriu, ficou bom. O São Paulo foi pra cima e fez o segundo dois minutos depois.

Tinga expulso por infantilidade sua e preciosismo de Carlos Amarílla. O primeiro, não precisava ter parado na frente da cobrança de bola parada do Rogério Ceni. O juiz, esse não precisava ser tão rígido ao aplicar o segundo amarelo numa falta que não era tão grave.

Ares de dramaticidade. Clima tenso no Morumbi e jogaço de bola. A partir dos 35 da etapa final o Inter tinha um jogador a menos. O São Paulo tinha só Hernanes como "volante", à sua frente Marcelinho Paraíba, Marlos na direita e Fernandinho na esquerda. Dentro da área estavam Fernandão e Ricardo Oliveira, mas também estavam Bolivar e Índio, e um Renan seguro, mostrando que não se abalou com a falha. 

A vaga na final da Libertadores e no mundial de clubes ficou em bons pés, no de melhor futebol jogado em 180 minutos. De quem quis jogar os 180, e não apenas 90 como fez o São Paulo.

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