domingo, 17 de agosto de 2014

Grêmio de Felipão segue sendo uma incógnita

O tricolor gaúcho teve uma atuação razoável para conseguir vencer o Criciúma na tarde deste domingo, na Arena. A vitória de 2 a 0 ficou de bom tamanho. Scolari, a exemplo do que fez para o Gre-Nal, modificou consideravelmente a equipe. Não podendo contar com Pará e Barcos, o Grêmio foi à campo no 4-3-3, com Zé Roberto fazendo boa partida na lateral esquerda, Matías Rodrigues muito discreto na direita, Ramiro, Riveros e Felipe Bastos como meio-campistas e, na frente, Dudu, Lucas Coelho e Luan. O meia Giuliano ficou na reserva, primeiro por estar com dores e segundo por uma opção do técnico em tem uma equipe mais combativa.

Mauro Vieira / Agencia RBS

O ideia do 4-3-3 é interessante e, acredito, plausível de ser aplicada com esse grupo de jogadores. Mas, talvez não com esses 11 que venceram o Criciúma, equipe notadamente pouco qualificada deste BR-14. Pelo rendimento de Matias Rodrigues, o retorno de Pará é inevitável. O atacante Barcos, apesar de tudo, é mais jogador de Lucas Coelho e tem lugar na equipe. Na lateral esquerda Zé Roberto foi muito bem, aguentou os 90 minutos, mas pode ter problemas com uma sequência mais pesada. Na trinca de meio-campistas, Felipe Bastos parece ter conquistado a confiança de Felipão. Mais uma vez fez boa partida. Quanto a Giuliano, tem muita qualidade e pode, se estiver inteiro, ser um dos jogadores do meio.

Mas em sua coletiva após o jogo Felipão deu a entender que haverá mais mudanças para enfrentar o Cruzeiro no Mineirão e deixou claro uma intenção de ter um time que muda a cada rodada, conforme a necessidade do adversário. Ou seja, tão cedo não saberemos que cara terá o Grêmio. Pode até funcionar, mantendo uma espinha dorsal e modificando sensivelmente o esquema: do 4-3-3 para o 4-2-3-1, por exemplo.

Contudo, um aspecto me preocupou da entrevista do técnico gremista. Segundo ele, Ramiro não precisava jogar, precisava apenas marcar e não deixar Paulo Baier ter liberdade. O Criciúma tem uma dos piores times da competição, o meia em questão tem 40 anos, se movimenta pouquíssimo e mereceu marcação individual por parte do Grêmio. E contra um Cruzeiro, Felipão vai marcar individualmente todo o time da Raposa? O futebol moderno não admite mais esse tipo de estratégia, sobretudo em um time de certa qualificação como é o do Grêmio, com total condição de exercer marcação por zona, roubada de bola no campo do adversário e posse de bola. Quando você se propõe a marcar individualmente você se desgasta mais, corre mais atrás da bola e possivelmente cometerá mais faltas. Acho este um conceito preocupante caso passe a ser usado com mais frequência. Sobre o rodízio, é mais provável que funcione.

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