domingo, 20 de abril de 2014

Sistema ofensivo gremista falha na estreia do BR-14

É estranho afirmar que o Grêmio jogou bem contra o Atlético-PR. Não foi exatamente uma boa partida, mas a verdade é que a derrota no Gre-Nal multiplica o peso de qualquer resultado que não seja a vitória. É preciso analisar a estreia no BR-14 de forma isolada. O time de Enderson não foi pior que a equipe paranaense, foi um jogo equilibrado, com um domínio mais acentuado para a equipe gaúcha, porém quem aproveitou a chance que teve foi o zagueiro Dráuzio, destaque na finalização fundamental e também na boa marcação individual a Barcos.

O gol saiu de uma falha do sistema defensivo, um conjunto que envolveu a marcação falha de Geromel e a saída imprecisa do goleiro Busatto. Contudo, a defesa gremista - que teve apenas Pará de titular - se portou bem. Teve outras poucas falhas durante o jogo, nenhuma delas grave ao ponto de permitir ao CAP ampliar o placar. Diferente do sistema ofensivo que, com a bola no pé, desperdiçou três ou quatro chances claras e foi inoperante em arremates de média distância, bolas paradas e escanteios. O Grêmio teve volume de jogo, não perdeu a cabeça quando tomou o gol, conseguiu trancar os contra-ataques do adversário, contudo teve um aproveitamento ofensivo irrisório.

Charles Guerra / Agência RBS
O retorno de Zé Roberto é importante, porém esse jogador carece de ritmo de jogo. Dudu mais uma vez se destacou individualmente, mas não conseguiu transformar isso em efetividade. Barcos foi bem marcado. Os jogadores que entraram, Rodriguinho e Éverton, também não conseguiram contribuir em termos de criação e finalização. O Grêmio sente falta de Luan, é o jogador que vinha fazendo o importante papel de segundo atacante, flutuando atrás do centroavante e tendo a chegada de Dudu, na diagonal pelo lado esquerdo. Além, claro, da chegada de Wendell por aquele lado, jogador que foi poupado.

Enderson manteve o sistema tático, um 4-4-2 com duas linhas bem definidas. Zé Roberto jogou mais perto de Barcos. Contudo, com o decorrer do jogo, houve variações. O Grêmio passou pelo 4-2-3-1 e terminou o jogo num frustrado 4-3-3 que acabou sendo engolido pelo 4-5-1 do CAP.

Não consigo perceber abatimento anímico nessa equipe do Grêmio. Foram duas derrotas seguidas, porém jogos e motivos completamente distintos. Não é hora de desconfiar do bom trabalho que vem sendo feito. Libertadores é outra competição, e nela o Tricolor está bem e confiante. E precisa entrar em campo na próxima quarta-feira, contra o San Lorenzo, tendo respaldo e apoio da torcida e da direção, jogando como legítimo segundo melhor time da competição.

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