sexta-feira, 9 de agosto de 2013

O Grêmio não tem identidade

Não é difícil diagnosticar o problema do Grêmio em 2013. O Tricolor é um time que não tem identidade. E quando falo isso não me refiro a uma identidade histórica, de garra, raça, entrega e outras tantas coisas muitas vezes protestadas pela torcida gremista. O Grêmio de hoje não tem, sequer, uma identidade recente, fator fundamental para o insucesso da equipe.

O Grêmio oscilou muito. Teve poucos momentos bons, alguns momentos razoáveis e outros momentos ruins. Essa oscilação passa invariavelmente pela falta de um filosofia de futebol bem aplicada. Luxemburgo tentou, mas acabou frustrado com seu 4-4-2 com meio em quadrado e um centroavante que saia da área para articular o jogo. O técnico tentou, em meio ano não conseguiu que a equipe funcionasse de forma confiável e foi demitido.

Agora é a vez de Renato Portaluppi. O novo treinador, em sete jogos, passa por problemas similares. Renato monta a equipe, traça uma estratégia e o time não a executa da melhor maneira. E não executa porque as ideias de Portaluppi estão se mostrando equivocadas e de pouca convicção. Nas poucas partidas que teve, não repetiu o time e variou muito de esquema.


O seu preferido 4-3-1-2 é carente de um meia-articulador. Elano não é esse jogador e tampouco vem conseguindo "quebrar um galho". Mais atrás, quando Zé Roberto é colocado na ponta esquerda da trinca de volantes, como volante apoiador, o corredor para que ele consiga ser um jogador útil e agudo no ataque fica muito longo, sacrificando demais um jogador de quase 40 anos. Para o vértice direito do losango, o Grêmio não tem um outro jogador que possa atacar e defender com a eficiência que a função exige. Desse forma o 4-4-2 com meio em losango - apesar de ter sido utilizado nas duas vitórias do Renato - não tem se mostrado a melhor opção visto o grupo de jogadores.

Quando o 3-5-2, surpreendentemente, tinha surgido como boa opção no Gre-Nal, o técnico gremista resolve não dar sequência e mudar novamente contra o Coritiba, utilizando três volantes fundamentalmente marcadores - Adriano, Souza e Riveros.

O Grêmio levou um gol cedo, e obviamente teve imensas dificuldades de buscar o resultado contra uma equipe organizada e com uma estratégia bem traçada na partida. O time de Renato foi só abafa, em um momento em que precisaria de experiência e calma.

Não é absurdo dizer, analisando a tabela, que o Grêmio não chega ao G4 do BR-13. É preciso calma e tempo para arrumar a casa. Renato pode sim fazer isso, mas é necessário que perceba algumas situações e oxigene o time titular, sacando algumas caras tarimbadas e as tornando opção. 

É hora de pensar em um time modesto e competitivo para, ao menos, passar de fase na Copa do Brasil e reconquistar a torcida.    

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