segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Olímpico Monumental: o último capítulo

Lucas Uebel/Grêmio FBPA

Porto Alegre, Domingo. Dia 2 de Dezembro de 2012. Gre-Nal n° 394.

O time do Grêmio talvez até merecesse um final assim, um terceiro lugar, vaga na pré-Libertadores, sendo que tudo estava encaminhado para um vice-campeonato e a vaga direta. Em 2012, o Grêmio fracassou em todos os momentos em que podia pleitear coisa melhor. O  Olímpico não merecia. Não o Olímpico. Um 0 a 0 como este, de um jogo mais brigado que jogado. Nem que fosse uma vitória do Inter, como foi da primeira vez, em 54. O Olímpico merecia gols, não socos.

Ousadia faltou dos dois lados. Aliás, dos três. Pois a arbitragem precisava, ao menos, dar cinco minutos de acréscimo no segundo tempo de muitas paralisações, de muita atitude infeliz e impensada. Os poucos segundos de Heber Roberto, no final, foram poucos pro muito de história que já viu aquele Estádio - e quem ali esteve, torceu, sorriu e chorou.

Loss e Luxemburgo. Parece que combinaram. Muita cautela, marcação, com times praticamente espelhados. O Grêmio teve apenas André Lima no ataque, teve Ze Roberto lá na direita, Elano mais à esquerda. Logo atrás, o trio de volantes. Fernando centralizado, Souza saindo pela direita e Gogo pelo outro lado.

O Internacional era basicamente igual, com uma sensível diferença. Osmar Loss tentou usar uma espécie de 4-2-3-1, mas com Guiñazu centralizado na linha de meias, pouco mais recuado. D'Alessando sempre aberto  na direita, gesticulando e comandando todas as ações da equipe. Na esquerda Fred, apagado e pouco participativo. O centroavante foi Damião e os dois volantes Ygor e Josimar.

A posse de bola sempre esteve com o Grêmio, mas com Zé Roberto e Elano em tarde pouco inspirada, quase nada de perigo levou ao gol defendido por Muriel. As jogadas acirradas, as faltas com carga excessiva de força, como tem em qualquer Gre-Nal, estiveram lá, mas com o adicional de ser o último dos últimos da Era Olímpico. No jogo em que ninguém queria perder, ninguém ganhou.

Heber só errou ao não dar os acréscimos corretos no segundo tempo. Acertou na expulsão de Muriel, Damião, Saimon, Osmars Loss e Luxemburgo. Embora, talvez pudesse ter usado de bom senso com o técnico gremista, que entrou em campo para tirar seu jogador da confusão. Mas cumpriu a regra, à risca. Está certo.

Maiores erros cometeram as duas equipes. Exceto Modelo, que fez um grande clássico. Fernando também. Naldo. Índio. Destaques de dois sistemas defensivos que não vazaram.

Com dois a menos em campo grande parte da segunda etapa, o Inter fez duas linhas de quatro jogadores em frente a área. Dificultou ao máximo as ações gremistas. Se o Colorado se defendeu bem - o que é inegável -, é bem verdade faltou bala na agulha tricolor. Ter vantagem de dois homens em campo é muita coisa.

O Grêmio tentou com Marquinhos e Leandro, Pará mais solto, Léo Gago de lateral. Todos esbarraram em Renan, goleiro que substituiu Muriel, fez ótimas intervenções naquele que foi seu primeiro jogo no BR-12.

Foi muito mais que água no chopp. O Inter comemorou como título no final. Como faria o Grêmio. Como tanto fizeram no Olímpico, monumental como a torcida azul, preta e branca. E vermelha, que faz parte da história.

Isso pertence ao futebol. Frase tantas vezes ditas pelo técnico gremista na temporada. Uma maneira de proteger seus jogadores, claro. Mas uma verdade. Agora, 58 anos depois, com o dever cumprido, o Olímpico não pertence mais ao Grêmio. Pertence à história do futebol.

Nenhum comentário:

Postar um comentário