quinta-feira, 29 de novembro de 2012

O que vale mais no Gre-Nal: objetivo ou simbolismo?

Um certo simbolismo, históricamente, toma conta do futebol do Rio Grande do Sul. No Campeonato Brasileiro, vive-se em eterno Gauchão. Quando os principais objetivos, como título e vaga na Libertadores, não são alcançados, torcedores e dirigentes exageradamente apaixonados e sanguíneos, contentam-se com a corneta de terminar no Brasileirão na frente do rival.

É um aspecto bairrista, típico do gaúcho. Uma característica que acaba apequenando tudo, de certa forma. Limitando o que é daqui a uma esfera que não ultrapassa as fronteiras do estado. O futebol, e todos que o envolvem, acabam incorporando isso. Acho ruim, nocivo aos nossos clubes, que muitas vezes não se portam como se tivessem a dimensão que de fato têm e adquiriam através de suas biografias centenárias.

Chegamos ao último Gre-Nal da história do Estádio Olímpico. Ao Inter, só resta o simbolismo de vencer o último clássico disputado na casa do Grêmio. Ao Tricolor Gaúcho, ainda falta alcançar um objetivo, que é a vaga direta na Libertadores, o que significa ser segundo colocado no BR-12. De qualquer forma, o simbolismo de fechar o Olímpico vencendo o Internacional também está intrínseco ao objetivo gremista.
Mas há um adendo. Mesmo perdendo, o Grêmio pode conquistar a segunda colocação e a vaga direta. Só depende de um resultado positivo entre Galo e Cruzeiro. E aí a questão: só conquistar o direito de disputar a Copa Libertadores a partir da fase de grupo, sem precisar passar por um jogo eliminatório, basta ao Grêmio?

No caso específico desse Gre-Nal, fico com a importância do simbolismo. Não será completa a glória Tricolor caso o Inter vença - como já o fez no primeiro clássico do Olímpico, um expressivo 6 a 2. Vaga direta ou indireta para Libertadores se disputa todo ano, assim como clássicos decisivos. O Gre-Nal do próximo domingo, fecha um Estádio com 58 anos de história, um templo emblemático do futebol mundial. É, sim, significativo uma vitória, por quem quer que seja.

Os objetivos reiais do campeonato, colocação e pontuação final, dessa vez, estão em segundo plano. Vale o que fica pra história, o que enriquece o ego do torcedor. Qualquer outro prêmio - que não um título - é lucro no domingo.

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