domingo, 8 de julho de 2012

Falta inspiração técnica e trabalho tático ao Grêmio

A diferença entre as duas equipes não foi tão grande para que até os 32 minutos do segundo tempo o Grêmio ainda estivesse perdendo por 4 a 0. Aos 32, o gol de Vilson e aos 47 o gol de Marquinhos, que entrou bem na segunda etapa - ele que havia muitos jogos não atuava. O Santos não jogou tanto para que se desenhasse tal goleada na Vila Belmiro.

O problema do Grêmio parece estar no setor onde atuam as grandes estrelas desse elenco. Pelo menos é onde o Tricolor investiu mais dinheiro. O setor ofensivo comandado por Kléber, Marcelo Moreno e Zé Roberto não funciona conforme o esperado. É óbvio que a culpa não cai apenas sobre estes três jogadores, afinal o futebol é coletivo e o treinador tem muita responsabilidade sob qualquer aspecto da equipe.

Luxa escalou um Grêmio diferente, uma proposta de jogo que se desenhava num 3-6-1. Detalhadamente, o time começava com a linha de três zagueiros, os volantes Souza e Fernando à frente e, a seguir, uma linha de quatro jogadores que começava com o Tony na direita, o Marco Antônio e o Zé Roberto por dentro, e o Léo Gago na esquerda. O único atacante era o Kléber. 

O Grêmio não iniciou mal, marcava na frente e conseguia ficar com a bola e equilibrar forças com um Santos em processo de remontagem, que tinha Neymar no comando de ataque e no comando do time. Pelos lados Muricy escalou dois jovens, e fechou o meios campo com os bons volantes Arouca, Adriano e Henrique. Grande parte do jogo o Peixe atuou no 4-3-2-1, e teve dificuldades até se encontrar na partida.

Mesmo com as boas participações de Souza, Fernando e Zé Roberto, o time gaúcho não conseguiu fazer com que a bola chegasse a Kléber. Faltou mais participação de Marco Antônio e dos alas. Quando o Santos achou o gol, aos 27 do primeiro tempo, o Grêmio perdeu o gás e o Peixe de Neymar e, principalmente, Felipe Anderson, tomou conta do jogo.

Entretanto, com a bola rolando, a defesa gremista teve pouco trabalho e se portou bem. Os quatro gols sofridos são oriundos de bolas paradas. É um aspecto a ser analisado, afinal quatro gols é muita coisa.

Mas o grande problema do Grêmio ainda é com a bola no pé. Com as substituições do intervalo o Grêmio voltou no seu habitual 4-3-1-2, e voltou bem. Só que ainda não há uma mecânica de jogo que proporcione aos atacantes gremistas oportunidades de finalização. Não é questão de ter três, quatro ou cinco volantes, o problemas é mesmo mecânica de jogo, fluência, alternativas de jogadas e, em alguns casos, um ímpeto maior.

O segundo tempo foi quase todo do Grêmio, mas os gols só vieram no final, e só depois de tomar outros dois gols. Na segunda etapa o time de Luxa conseguiu trocar passes e entrar dentro da área do Santos, mas o time ainda peca por afobação. O grupe de jogadores, além de estar tendo dificuldades táticas, está sofrendo, e se reflete em campo, a pressão dos 11 anos sem títulos do clube.

O Grêmio tem o grandalhão Marcelo Moreno, e não cruza bolas na área. Tem Zé Roberto e Kléber, e não faz nenhuma tabela. Tem Léo Gago e Fernando, e o próprio e Zé, e não chute de longe.

Os problemas do Grêmio está lá na frente. Não falta qualidade, tem faltado inspiração técnica e trabalho tático. 

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