domingo, 11 de dezembro de 2011

Balanço Grêmio 2011


Com um time que terminou em alta a temporada de 2010, com um esquema encaixado, com o goleador do campeonato, com uma vaga na pré-Libertadores, com um ídolo comandando o time fora de campo. O torcida gremista tinha muita empolgação com o que poderia ser o 2011 gremista. A expectativa de ter Renato Portaluppi e Ronaldinho Gaúcho juntos, potencialmente grandes ídolos do Grêmio, foi uma hipótese real, mas que frustrou torcedor e clube ainda em janeiro.
Ronaldinho não veio - e esta história todo mundo já sabe. Talvez tenha sida essa a grande complicação do Grêmio no início da temporada. Paulo Odone apostou demais na vinda do desafeto gremista, o que acabou tomando dois meses (dez/10 e jan/11) de atenção exclusiva à negociação, que acabou não se confirmando. O Grêmio só não trouxe Ronaldinho como também perdeu o artilheiro Jonas, perdeu o lateral Fábio Santos e o zagueiro Paulão. Os que vieram não deram certo, como Gilson, Rodolfo, Carlos Alberto e Escudeiro (este só veio a jogar bem com Roth, no segundo semestre). Ou seja, o Grêmio piorou de um ano para o outro, desagregou jogadores e não conseguiu recompor com qualidade.
Faltou bola na Libertadores, faltou bola na primeira parte do BR-11 e, por incrível que pareça, faltou bola também numa final de Gauchão em que o Grêmio teve vantagem em dois momentos. Primeiro quando ganhou o turno inicial e poderia ter ganho o segundo turno e levado o título direto. Depois na finalíssima, quando venceu por 3 a 2 dentro do Beira-Rio, cedeu o mesmo resultado para o Inter no Olímpico e acabou perdendo nos pênaltis.
Sem dúvida é um dos piores anos da história do Grêmio. Além de não vencer título algum, perdeu jogos importantes dentro do Olímpico, ficou com um inexpressivo 12° lugar no BR-11, brigou para não cair boa parte do campeonato, trocou de treinador três vezes (ou quatro, levando em conta que Caio Junior foi contratado ainda em 2011), e tomou duros golpes como a sempre conturbada demissão de um ídolo e mais uma recusa indesejada de Ronaldinho Gaúcho. Sem contar a simbólica derrota no Rio de Janeiro, no 1° turno do BR-11, aquele 2 a 0 para o Flamengo, que o ídolo recente da torcida, o irregular Victor, entregou o segundo gol constrangedoramente para Ronaldinho. Um grande resumo da década sem títulos do Grêmio, que em 2001 venceu sua quarta Copa do Brasil e desde então se contenta com Gauchões, um título da segundona, e algumas boas campanhas. Nada comparado ao que o clube já conquistou em outros tempos.
Depois da breve e equivocada passagem de Julhinho Camargo, teve ainda a volta do eterno Celso Roth, que de tão eterno também é passageiro, e não comandará o Grêmio na próxima temporada. Roth deu ao time o padrão de jogo que não aparecera em 2011, fixou a equipe num 4-2-3-1 que funcionou enquanto o elenco teve gás e motivação para alçar vôos maiores na competição nacional. O gás acabou antes da motivação, e o campeonato antes do Grenal da última rodada, naquele 1 a 0 colorado.
Foi um ano repleto de equívocos no Estádio Olímpico, de todas as instancias, desde o discurso falido da direção, tão quanto as contratações insuficientes, passando pelas erratas das três comissões técnicas em momentos capitais da temporada, até chegar na torcida, que vaiou Douglas o ano inteiro, sendo que o 10 é o melhor jogador do elenco, o único que ao menos chuta a gol mais de duas ou três vezes no jogo.
2012 ainda é uma incógnita. Como sempre é o começo de ano de qualquer clube.  Kléber é bom jogador, mas vai corresponder o investimento? Caio é bom treinador e ainda tem o apetite de ganhar títulos, mas isto basta? Paulo Pelaipe diz que terá o grupo fechado até a virada do ano. Até que ponto isto é possível? E a Arena, que deve inaugurar no final de 2012, pode representar um salto de patamar como clube de futebol, como representou o Olímpico na metade do século passado?
 De 2012 ainda não sei. Porém, esse ano já acabou, e inegavelmente foi um péssimo ano.

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