quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Preguiça de questionar o mundo

No curso de jornalismo, cadeira Mídia e Cultura, o que se discute são as representações que a grande mídia faz dos vários rostos de uma sociedade plural como a brasileira e latino-americana. Se discute qual o poder de influência da mídia e qual, portanto, é a origem dessas representações culturais, qual a o significado daquilo que consumimos como entretenimento e informação.
Se discute. Ponto. Mas nem sempre se pensa
Noto uma preguiça de pensar diferente. Uma incapacidade de se indignar com aquilo que não é bom, não é certo, é preconceituoso, é malicioso. Me bate um desgosto de saber que esses são fundamentalmente alunos da comunicação social. E das duas uma: ou eles estão muito satisfeitos com o tipo de mercado que a comunicação e o jornalismo - principalmente - estão submetidos e querem, de verdade, ingressar nessa fábrica de entretenimento em massa; ou acontece ali uma preguiça intelectual que lhes impede, de fato, que percebam o tanto de conteúdo equivocado, de péssima intenção, que circula todos os dias nos grandes meios de comunicação.
É preciso entender que informação é poder. E mais poderoso que aquele que é bem informado, é aquele que tem a possibilidade de escolher o que é notícia. Por isso é fundamental o questionamento, a reflexão, um olhar crítico. Ainda mais dentro de uma faculdade, o espaço ideal para que se discuta quaisquer assunto de interesse social, empírica e cientificamente   
Como muitos acham, não é exagero nenhum da parte dos movimentos negros que reivindiquem um maior espaço de representação na mídia tradicional, ou que defendam as cotas para o ingresso no ensino superior. Não é exagero do movimento LGBT que exija o uso correto de termos como transsexual, homossexual e bissexual em reportagens ou em produções de ficção. Afinal de contas a informação correta e a presença corriqueira desses grupos significativos da sociedade ajuda a diminuir o preconceito que infelizmente ainda sofrem.
Comunicação democrática é aquela em que todos tenham as mesmas possibilidades de comunicar. Diferente desta selva sem lei que é o mercado da informação e do entretenimento. Selva que dá a muitos jornalistas o sentimento de estar acima da lei, e que faz que uma revista como a Veja seja a mais vendida do Brasil. 

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