terça-feira, 17 de maio de 2011

As guerras podem ser justas, depende da propaganda

Por Alves Rodrigues
Informar pode ser um dever, um serviço, um prazer, um favor ou, e é esse o ponto, uma poderosíssima arma de controle e manobra do pensamento coletivo. Informar a verdade deveria ser o objetivo principal de qualquer meio de comunicação grande ou pequeno. No entanto, isso não parece muito interessante do ponto de vista da manutenção do Império, construir a verdade, isso sim é muito mais interessante aos propósitos imperiais, além de bastante mais lucrativo às empresas de mídia a ele aliadas.

Já não parece difícil, depois de tantas décadas satanizando e destruindo a imagem de todo e qualquer personagem que fosse ou parecesse ser capaz de oferecer oposição aos interesses de dominação americana sobre os países menos 'desenvolvidos', convencer aos pacatos consumidores de telejornais, - tão dispostos a engolirem a matéria pronta e tão pouco dispostos a discutir seu verdadeiro significado ou o que possivelmente oculta-se atrás de cada 'notícia' - que o Império é o grande protetor do mundo ocidental, o verdadeiro guardião da democracia e que é o único capaz de salvar o mundo das demoníacas mãos de tiranos ditadores muçulmanos, que no passado já foram os comunistas.
Não é muito difícil, por exemplo, acostumar aos brasileiros de hoje a fazerem a associação automática de palavras como árabe e terrorista, islamismo e fanatismo, Chaves e ditadura, não, não é difícil. Não é difícil, ainda mais quando o modelo de jornalismo adotado no Brasil é aquele em que, após a apresentação da matéria, algum comentarista ou mesmo o próprio apresentador, ainda conclui 'explicando' o que significa a matéria apresentada e o que dela deve concluir o pobre cidadão que foi 'informado'.
Informar é uma arte? Uma ciência? Não, diria que é um perigo. Ainda mais quando aquilo que nos tem chegado, desde há muito tempo, já nada mais é do que pura e simples propaganda maquiada, a propaganda imperial fantasiada de notícia, transformada em verdade. Uma verdade criada nas redações. Uma verdade que já não pode ser constatada no mundo real.

Alves Rodrigues mantém o blog Somos Todos Torcedores e o twitter @lvesrodrigues

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