O Grenal de número 383 foi jogado por duas boas equipes de futebol, em momentos distintos, mas que sempre ficam em situação de igualdade quando se enfrentam - não só pelo empate deste domingo. Um empate que é mais interessante ao Internacional, conquistado dentro do Olímpico, segurando um salto importante do Grêmio na tabela, que subiria para a 4° colocação mas acabou amargurando a 8° posição do BR-10.
Celso Roth não contou com Tinga e como faz quase sempre que joga grenais, o treinador mudou o jeito de jogar do seu time. O 4-2-3-1 poderia ser mantido caso jogasse Andrezinho, ou Edu, ou Sobis. Roth optou por Glaydson, que jogou como zagueiro, marcando Jonas individualmente. O Colorado, no primeiro tempo, atuou no 3-6-1. E começou bem, no campo do Grêmio, com D'Alessandro aparecendo pela esquerda, Guiñazu marcando Douglas mas vindo de trás, até chutando uma bola ao gol do Victor, que praticou boa defesa.
O Grêmio demorou alguns minutos para entender a nova maneira de jogar do Inter. Escaldo no mesmo 4-4-2 que vem atuando nos últimos jogos, o Tricolor passou a jogar quando Jonas saiu da esquerda e foi se movimentar do outro lado, quando Gabriel passou a atuar adiantado e bater de frente com o ala Kléber e quando o Fábio Santos, pelo outro lado, fez o mesmo contra um Nei que não fez boa partida.
André Lima foi para o sacrifício, no discurso oficial o centroavante não tinha 100% da condição física. Talvez tenha sido um discurso enganoso, o famoso migué do futebol. André jogou e correu muito, não deu sinal de estar sentindo o joelho. O atacante fez o primeiro gol do clássico aos 36min. Um gol que agigantou um Grêmio que aos poucos já vinha dominando o jogo, que tinha um Paulão atuando no aumentativo e rebatendo todos as bolas que rondavam a área do Tricolor.
Com a marcação do Grêmio encaixada, D'Alessandro ficou sem a companhia de Giuliano por dentro, de Alecssandro na frente e nem do Kléber vindo de trás. Apesar de ter feito o gol em jogada oriunda do lado direito de ataque, o Grêmio é forte e foi forte pelo lado esquerdo. Não pela partida até discreta de Lúcio, bem marcado pelo Wilson Matias, mas sim pela belíssima partida de Fábio Santos. O lateral chegou à linha de fundo várias vezes, deu passe para gol desperdiçado e teve duas chances de marcar, convertendo uma delas, depois da tabela com o outro destaque gremista, o André Lima.
Roth mexeu no intervalo, tirou Glaydson, que não foi bem, e colocou Sobis. O Inter passou a atuar num 4-4-2 clássico, mas com as duplas de volantes e de meias distantes. Foram 15 minutos de imenso controle do Grêmio, que perdeu de ganhar o jogo com a chances desperdiçadas.
Como no futebol quem não faz quase sempre é punido, o Inter finalmente se acertou no campo. Emendou uma sequência de bons lances, todos saídos dos pés de D'Alessandro, que culminaram na boa defesa de Fábio Rochemback (?). Como ele é volante e não goleiro, pênalti para o Inter e cartão vermelho para o gremista.
Depois do pênalti convertido pelo Alecssandro, o Inter tinha tudo para ir para cima e virar o jogo. Do mesmo modo que minutos antes quem tinha tudo nas mãos e nos pés era o Grêmio. Mal deu tempo do Colorado comemorar e do Grêmio sentir a desvantagem numérica, Fábio Santos desempatou 4 minutos depois do empate.
Renato e Roth mexeram em seus times. No Inter, saiu o apagado Giuliano para entrar o homem dos minutos finais Andrezinho. No Grêmio, Adilson para defender, Clementino para correr e Gilson para correr e defender. O Tricolor naturalmente recuou e tentou defender o resultado de 2 a 1. Obviamente seria muito difícil, mas o 4-3-2-0 até funcionou. O Inter não entrou na área do Grêmio, embora tenha tomado conta da partida desde o gol de Fábio Santos. Brilhou a estrela de D'Alessandro mais uma vez contra Victor. O argentino não precisou entrar na área para vencer o goleiro tricolor, fez o gol aos 38min do segundo tempo e frustrou a eufórica torcida tricolor.
Foi bobagem o que fez Rochemback, o volante fazia boa partida e deixou o Grêmio na mão, literalmente. Pelo tempo de jogo, era mais prudente o Inter empatar naquela jogada mesmo. Acertou Simon, que marcou o lance e expulsou o jogador, mas o árbitro errou quando não marcou pênalti para o Grêmio, no primeiro tempo, num lance que se pode protestar três imprudências coloradas.
O Inter, que não pensa mais tanto no título, mas jogou o grenal valendo, sem tirar o pé, conseguiu bom resultado e a sorte de não perder ninguém machucado. Terminou a rodada numa boa 5° colocação, com 48 pontos. Uma rodada que só foi boa mesmo para Corinthians e Botafogo
Grande clássico mesmo. Fiquei chateado pelo empate, afinal, o Grêmio jogou mais quando tinha vantagem numérica e vinha se defendendo bem, até dar espaço num lance pro D'Alessandro. Mas nada está perdido, pelo contrário. Pela bola que vem jogando, esse time pode chegar longe.
ResponderExcluirAbraço.
Olha, quando começou a partida pensei que o Inter estava retornando a jogar o futebol que todo colorado espera. Isso foi só impressão inicial.
ResponderExcluirSabe, desabafo: ter empatado foi algo grandioso! Tem toda aquela história de que "Gre-Nal é Gre-Nal" e não existe esse negócio de favoritismo, mas na real eu já via o Grêmio como "o tal".
Ufa, 2 a 2. Ver os gremistas lamentando, realmente, não tem preço - pelo menos um empate.