quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Dono do campinho

Corre nos bastidores a fofoca que os jogadores do Inter só foram comunicados que o jogo era no México após o apito final de Hector Baldassi. Ficaram surpresos com a notícia: o jogo acontecera em Guadalajara, Estádio Omnilife. Mas caso isso não seja uma verdade, o Colorado fingiu muito bem. A verdade é que o Inter jogou como se jogasse num Beira-Rio lotado, contra um adversário totalmente submisso - como foi o S.Paulo fora de casa, como foi o Chivas dentro de casa.

Para um time que chegou a ter quase 80% de posse de bola em determinado momento do jogo, a justiça demorou a acontecer. E no futebol nem sempre acontece. De injustiças, como o gol de Bautista aos 46min do primeiro tempo, em momento de chochilada coletiva no sistema defensivo colorado, o futebol está repleto. Quando fez-se a justiça na primeira partida da final da Libertadores, fez-se rápido: Giuliano aos 27 e, quatro minutos depois, Bolivar fechando o placar e provavelmente a Copa aos 31 minutos do segundo tempo.

Resultado que mais uma vez privilegiou o melhor time, o que optou em jogar futebol. Celso Roth deixou Mathias  no banco, escalou Giuliano no lugar de Tinga. Manteve o 4-2-3-1 ofensivo e consistente. A certa altura, quando perdeu Alecssandro com 30 minuto de jogo, perdeu também sua referência na frente, mexeu mal colocando o discutível Evérton, mas concertou colocando Sobis aos 26 do segundo.

O Chivas marcou mal o jogo inteiro. Optou pela estratégia de contra-atacar, mas poucas vezes conseguiu roubar bola e subir em velocidade. Chegou ao gol por total demérito colorado. Os mexicanos jogaram no 4-4-2, com um zagueiro improvisado na lateral-direira e dois meias que demoraram a perceber que precisavam acompanhar as descidas de Kléber e Nei.  
O Inter trocou passes de cabeça erguida, com a autoridade de um time de bairro que joga na quadra da sua pracinha. D'Alessandro foi o dono da bola, mas poderia ser Kléber, ou Guiñazu, ou Giuliano - o meia que é o melhor jogador colorado na competição.

Falta pouco para que semana que vem, no Beira-Rio, o Internacional não seja apenas o dono do campinho, mas seja mais uma vez o dono da América. Falta pouco, apenas um empate ou uma vitória simples. Para os mais otimistas, falta só seis dias.

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