Pelas circunstâncias que antecederam o clássico deste domingo, o Inter era o favorito. O Colorado jogava em casa, tinha apenas um desfalque - Kléber, poupado -, portanto jogou com o time praticamente titular e vinha de uma consistente vitória sobre o Deportivo Quito pela Libertadores. O Inter vinha confiante, e isso é importante num clássico. É importante, mas não definitivo.
A tarde era de Silas. O treinador bancou o desacreditado Hugo para substituir Douglas. Hugo, inclusive criticado por esse que vos escreve, fez sua melhor partida desde o seu retorno ao Grêmio, surpreendendo até pela sua disposição tática. Outro mérito de Silas foi ter promovido a estreia do jovem Neuton na lateral esquerda, já que não contava com Fábio Santos. O técnico poderia ter utilizado um jogador mais experiente, como Joilson, mas apostou no garoto que acabou sendo um dos destaques do clássico.
Fossati não foi tão feliz quanto o técnico gremista. O meio-campo do Internacional a maior parte do tempo esteve mal posicionado, com Andrezinho e D'Alessandro deslocados e muitas vezes distantes do restante da equipe. A entrada de Giuliano no segundo tempo, quando o Grêmio já estava vencendo, não surtiu efeito e o time continuou torto. Fossati ainda tentou um frustrado 4-3-3, mas os atacantes do Inter não venceram o paredão Victor nem o xerife Rodrigo. Walter foi o melhor colorado em campo, venceu todas de seu marcador, Mário Fernandes, mas seus chutes pararam nas mãos do goleiro tricolor.
O primeiro tempo foi até equilibrado, começou com o Grêmio melhor. Principalmente porque Leandro e Hugo fugiram de Sandro e Guiñazu, abrindo um pela esquerda e outro pela direita. Com infiltrações diagonais, o Grêmio entrou na área colorada e perdeu gols enquanto dominou o jogo. No memento que os marcadores do Intenacional encaixaram seu jogo, o panorama da partida virou. O Grenal foi para o intervalo com o Inter no comando das principais ações do jogo.
No intervalo a estrela de Silas brilhou novamente. Ele sacou Ferdinando do time, seu homem de confiança, e que não fazia má partida, e colocou Adilson. Essa mesma substituição tinha sido feita contra o Avaí, ainda no Olímpico, e na ocasião não deu certo,o Grêmio ficou vulnerável. Mas dessa fez Silas acertou. Adilson marcou muito e jogou muito. Com dois volantes de boa qualidade técnica - Magrão e Adilson - o Grêmio teve uma posse de bola qualificada e dominou completamente o Internacional no segundo tempo.
Embora tenha alcançado a vitória com duas jogadas de bola parada, as situações de gol criadas ao longo da partida pelo Grêmio foram mais perigosas. Rodrigo, o melhor jogador do Grenal, saiu premiado com o bonito gol de cabeça e Borges, que perdeu um gol feito no início do clássico e foi muito bem marcado pelo Bolivar durante o jogo, aproveitou outra bobeira da zaga colorada e fez o segundo do Grêmio. E quem levantou a bola na cabeça de Borges? Rochemback, que entrou no segundo tempo em mais uma substituição acertada de Silas.
Apesar da chuva que caiu em Porto Alegre foi um grande Grenal. Bem jogado, bem disputado, bem apitado, com situações interessantes no decorrer do 90 minutos. Com uma vitória cheia de autoridade do Grêmio, que considero surpreendente. O segundo Grenal, que decidirá o campeão, é outra história, a vantagem Tricolor é inegável, mas ainda tem toda uma semana de jogos decisivos também para ambas as equipes, o que pode interferir no estado anímico das equipes. E lembrando que se o Grêmio administrar a vantagem como fez diante do Avaí, o Inter tem todas as possibilidades de virar.
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