domingo, 15 de fevereiro de 2015

Que dizer após duas derrotas na Arena?

É preciso ter muita frieza para analisar a atual situação do Grêmio. Não só no Gauchão, após duas derrotas seguidas dentro de casa, mas também toda a sua perspectiva de restante de temporada. Um ano em que o tricolor gaúcho resolveu que tinha que estancar os gastos, diminuir despesas e formar uma equipe mais barata. Qual o real preço dessa política? Do ponto de vista do futebol, não é promissora, embora seja cedo para qualquer diagnóstico catastrófico. Do ponto de vista econômico, tem tudo para deixar o clube mais saudável financeiramente em médio e longo prazo.

As derrotas

Com todo o respeito ao Brasil de Pelotas e ao Veranópolis, mas nenhum deles, tecnicamente, tem equipe para vencer o Grêmio na Arena. Mesmo esse enfraquecido Grêmio de 2015. Contudo, futebol não é só técnica - é, sobretudo, tática. Em comparação aos últimos dois anos, o tricolor não tem apenas menos qualidade no seu elenco. Em campo, tem também menos organização, e isso tem sido fundamental para o desempenho pífio neste começo de temporada.

Felipão parece não ter ideia da escalação, tampouco do esquema tático ideal para jogar. Pior ainda, ele não demostra ter confiança nos jogadores, e isso parece ter um impacto decisivo no grupo de trabalho.
Foto: Ricardo Duarte / Agência RBS

A escalação do Grêmio ainda é uma incógnita. Não sabemos se Marcelo Oliveira, por exemplo, vai ser zagueiro, lateral-esquerdo ou volante. Sabemos é que, mau ou bem, não sai do time. O mesmo com Galhardo, ora lateral-direito, ora meio-campista. No comando de ataque, é prudente apostar em Everaldo e Lucas Coelho depois das saídas de Barcos e Moreno? Não sabemos. Scolari também não sabe. No setor ofensivo do meio, Douglas tem cadeira cativa, mesmo com um futebol cada vez menos competitivo. Em contrapartida, quem poderia executar a função com mais intensidade, Lincoln tem apenas 16 anos.

O mais importante, fundamentalmente, é que as peças estão mal colocadas em campo. O Grêmio corre errado, ocupa mal os espaços e não consegue tramar jogadas ofensivas. Embora o elenco gremista não seja qualificado o suficiente para imaginarmos disputando a ponta de cima no Brasileirão, também não é desqualificado ao ponto de passar por dificuldades no modesto Gauchão.

Não prego a saída do Felipão. Sempre prefiro apostar na continuidade. Mas é bem possível organizar de forma mais compacta e coerente a equipe gremista, fazendo um time muito mais competitivo que esse derrotado duas vezes seguidas dentro da Arena.

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