sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Gestão sóbria deve fazer bem o Grêmio

O Grêmio vem de duas gestões irresponsáveis financeiramente. Primeiro com o presidente Odone em 2011/12 e depois com o presidente Koff em 2013/14. Os dois mandatários, e suas respectivas diretorias, contrataram uma infinidade de técnicos e jogadores caros e, mesmo assim, não levantaram sequer a taça do campeonato estadual. Foram investimentos milionários, em atletas e treinadores que não valiam tanto assim,  e que acabaram dando um retorno nada rentável, muito menos glorioso.

Nesse Grêmio, que passou pela transição Olímpico/Arena, criou-se a responsabilidade de montar um grande time, capaz de vencer títulos na nova casa. Para isso, foi instaurada a megalomania das contratações, dentro de um mercado que, sabemos, exige oferta muito boa para seduzir jogadores badalados a deixarem Rio/São Paulo e virem jogar no Sul. O Grêmio entrou nesse leilão ingrato, e apostou suas fichas nos supervalorizados Barcos, Kléber Gladiador, André Santos, Elano, Fernandinho, entre outros.

A verdade é que o Grêmio montou boas equipes, competitivas, mas muito caras para apenas competirem e viverem de boas campanhas. O tricolor gaúcho teve boas campanhas. Foi vice-campeão brasileiro, terceiro colocado em outra oportunidade, semi-finalista da Copa do Brasil duas vezes e, entre 2011 e 2014 esteve em três Copas Libertadores. Não é pouco mas, historicamente, não representa nada. Quase não empolga um torcedor machucado pela falta de títulos.

Zé Roberto queria permanecer, mas seu salário foi
considerado caro pela nova diretoria

As primeiras semanas de gestão do presidente Romildo Bolzan Jr. são de muita discrição, de passos calculados dentro do mercado da bola. O Grêmio finalmente se deu conta que precisa fechar a torneira, precisa buscar o equilíbrio nas finanças e encontrar uma forma que, à médio prazo, torne o clube autossustentável. 

Isso resultará em títulos? Sinceramente, em 2015, acho improvável. Mas diferente de outras tempos, agora o Grêmio tem um técnico que tem o direito de errar, coisa que Enderson Moreira, por exemplo, não tinha. Era questionado e pediam sua cabeça a cada derrota. A não ser que faça uma campanha excepcionalmente ruim, coisa de brigar para não cair no BR-15, Felipão não será demitido.

Ou seja, terá uma sequência de trabalho, e isso, de fato, pode render frutos ao Grêmio. Com a espinha dorsal de time que fica para a nova temporada, é improvável que se coloque como um dos postulantes às primeiras posições do Campeonato Brasileiro. Mas é possível montar um time competitivo suficiente para vencer o estatual e a Copa do Brasil.

Não estou dizendo que vai vencer. Contudo, o torcedor não precisa fazer terra arrasada desde então, pensando que time barato não ganha título. É possível sonhar. Mais que isso, é preciso ser responsável e não endividar ainda mais o clube. É hora de evitar o passo maior que a perna. Privilegiar o que já tem em casa e o que vem surgindo da base. Se os dirigentes mantiverem a coerência e não cederem à pressão após a primeira sequência de resultados negativos, o Grêmio, com a Arena e ao lado da torcida, pode fazer a partir de 2015 uma reestruturação financeira importantíssima em sua história. 

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