domingo, 9 de fevereiro de 2014

Equilíbrio marca um clássico precoce na Arena

O jogo
O resultado de 1 a 1, de certa forma, traduz bem o que foi o Gre-Nal 399, o segundo disputado na Arena gremista. Embora, é verdade, o Inter tenha obtido uma sensível vitória técnica e tática sobre o Grêmio - não o suficiente para sair vencedor. São duas equipes em formação. Não com muitos, mas com alguns jogadores novos e isso faz diferença, com dois técnicos iniciando um trabalho e isso faz muita diferença.

RICARDO DUARTE / AGÊNCIA RBS

O clássico teve o retrato de muitos outros disputados nas últimas temporadas, principalmente aqueles embates precoces nas rodadas iniciais de um campeonato estadual cada vez mais desvalorizado, de estádios vazios e temperaturas desencorajadoras. Grêmio e Internacional se preocupam mais em não perder e por isso abdicam de algumas situações dentro do campo de jogo que poderiam deixar o Gre-Nal mais aberto, mais bonito, com um vencedor - sem necessariamente ser menos aguerrido, com cara de clássico.

O lance do pênalti: no campo talvez marcasse; com o recurso da imagem, não há dúvida que o zagueiro Paulão toca com o braço na bola, porém a intenção do jogador, como prevê a regra, é absolutamente discutível. Não seria crime nenhum não marcar, contudo, cabe sim a interpretação de Leandro Vuaden.

O Grêmio
Em tão pouco tempo de trabalho fica difícil apontar o que seria ou não seria a escalação ideal de qualquer uma das duas equipes. Porém, enxergo um equívoco na escalação e no modo de jogar do Grêmio. Enderson Moreira não pôde contar com Kléber e por opção deixou Maxi Rodrigues no banco. A equipe foi à campo no 4-2-3-1, mesmo tendo três volantes de origem no meio-campo. Riveros jogou centralizado na linha de meias, um pouco mais contido, Zé Roberto atuou pela direita e o jovem Luan fez o lado esquerdo no lugar de Kléber. Com a função de combate, Edinho e Ramiro.

A opção por Luan foi acertada. O meia inclusive fez bom jogo, mas sentiu as dificuldades de jogar em uma equipe pesada, que joga numa formatação que exige velocidade e intensidade, duas coisas que o Grêmio não tem há muito tempo. Enderson errou quando não sacrificou um dos seus volantes de origem (volto a frisar que Riveros atuou como meia boa parte do jogo) para escalar Maxi Rodrigues, ainda que esse jogador viva uma fase técnica discutível.

Embora não tenha feito um péssimo jogo, o Grêmio de Enderson Moreira corre o risco de sofrer na sequencia do seu processo de montagem, justamente pela falta de confiança que ainda inspira em seu torcedor e pela proximidade da estreia da Libertadores. Enderson precisa fazer o que Luxemburgo vez no início de 2012, quando reconheceu e identificou a característica do seu grupo e montou um time pragmático e que até a chegada de Zé Roberto e Elano o próprio treinador classificava como time pesado.

O Inter 
RICARDO DUARTE / AGÊNCIA RBS
Discordo da leitura que alguns colegas fazem ao analisar o colorado no 4-2-3-1. Enxergo o time de Abel Braga postado da mesma maneira em que era posicionado por Clemer: 4-1-4-1. A única diferença é que há mais mobilidade do meio pra frente. Willians joga posicionado à frente da zaga, adiante tem D'Alessandro pela direita, Aranguiz e Alex por dentro e Jorge Henrique pela esquerda. É um meio-campo técnico e experiente, que vem demostrando obediência tática para fechar os espaços sem a bola, mesmo que a amostragem até agora seja pouca.

O Inter está invicto no Gauchão, já venceu com a equipe titular, com a sub-23 e com o time misto. O grupo adquire assim um confiança fundamental para o processo de montagem da equipe. No Gre-Nal deste domingo, exceto os primeiros minutos, o Inter foi sempre mais racional, sempre mais consciente daquilo que tava acontecendo no jogo. Tanto na hora de atacar quanto na hora de defender.

Ainda é cedo para qualquer diagnóstico, mas é possível ser otimista com o Internacional. Ao que tudo indica, será um time técnico, que privilegia a posse de bola e a troca de posição de seus homens de meia-cancha.   

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