sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Gre-Nal aparentemente sem crise

Ditado comum na aldeia do futebol gaúcho é que Gre-Nal tira da crise e põe na crise. Ou seja, ganhar o clássico significa sempre um gás a mais, uma luz no final do túnel de quem não vive bom momento. Perdê-lo é exatamente o contrário, é a luz enfraquecendo, o sintoma que as coisas não vão bem. Gre-Nal faz técnico balançar.

Curiosamente, o clássico de número 393 deste domingo, válido pela última rodada do primeiro turno do BR-12, não tem essa característica. Me parece que os dois vestiários estão muito bem blindados para uma possível crise pós-grenal. Não acontecendo uma goleada de proporções históricas, ou algum fato muito inusitado, nem Fernandão, nem Luxemburgo balançam caso sejam derrotados.

Guilherme Becker/Agência RBS
Fernandão porque está iniciando um trabalho, tem a simpatia da direção, do grupo de jogadores e da torcida. Não faz má campanha, tem apenas uma derrota em oito jogos, soma 31 pontos estando na 5° colocação. Tem três pontos a mais que o sexto colocado (São Paulo) e três pontos a menos que o quarto (Grêmio).

É fato que Fernandão passou a contar com seus melhores atletas apenas agora, questão de uma ou duas semanas. Antes disso trabalhava com um grupo esfacelado, repleto de desfalques. É um aspecto que pesa na avaliação de qualquer trabalho, e soma-se aos outros motivos que garantem um ambiente longe de crises no Internacional.

Do lado do Grêmio, a primeira vacina anti-crise é a classificação do BR-12. Mesmo perdendo, o Tricolor não perde posição, segue na quarta colocação, podendo ser alcançado em número de pontos apenas pelo próprio Inter, mas ganha do rival nos critérios de desempate.

Bons resultados recentes, como o 2 a 1 contra o São Paulo, o 4 a 0 sobre o Figueirense, e a classificação para as oitavas de final da Copa Sul-Americana, engrandecem o aspecto psicológico da equipe gremista. Com um plantel de jogadores experientes e uma comissão técnica que tem confiado muito no planejamento do clube, o Grêmio saberá avaliar o real peso que seria uma derrota no clássico. Não há o mínimo motivo para crise. Sinto no Grêmio um vestiário também blindado, com plenas condições de lidar com qualquer situação, sem alarde, sem perder os rumos.

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