quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Balanço Inter 2011

A década do Colorado é tão boa que, até em ano de altos e baixos, se ganha dois ou três títulos no Beira-Rio. O primeiro ano de gestão do presidente Giovanni Luigi tem um Gauchão e uma Recopa Sul-Americana, além de um 5° lugar no BR-11 e a vaga na pré-Libertadores. Mais da metade dos clubes da primeira divisão trocariam seu ano pelo do Inter. 2011 foi razoável para o torcedor colorado. Porém, a temporada passou longe de não dar dor de cabeça aos vermelhos. Apesar de tudo, o ano do Internacional foi conturbado, principalmente fora do campo, como o episódio das reformas do estádio, que ainda se estendem.
Foram duas trocas de treinadores - ou três, contando o mês que Gilmar Loss trabalhou como técnico interino. Teve a polêmica demissão de Falcão, com três meses de trabalho, e a queda do departamento de futebol comandado por Roberto Siegmann, revelando que o clima de vestiário era péssimo no Beira-Rio. As entrevistas dos envolvidos Siegmann, Falcão e Luigi, na época, foram constrangedoras. Fala-se que o clima com os jogadores também não era dos melhores. Alguns alardeavam que o grupo era dividido em três.
Sempre lembrando que antes de Falcão tinha o inesgotável Celso Roth, sobrevivente do Mazembazzo no Mundial de Clubes. Roth seguiu comandando o clube até o limite, até onde deu, até que os sócios colorados decidiram parar de pagar o clube. Falcão veio, Renato já estava por aqui, e o clima era de festa no RS. Festa que não entrou em campo, não sustentou trabalho nem de um, nem de outro. A eliminação precoce na Libertadores foi um balde de água fria nas duas torcidas, que sonhavam com um clássico na competição continental. 
Paulo Roberto Falcão tentou implantar no Inter uma ideia de futebol europeu, com jogadores cumprindo várias funções, posse de bola, e uma armação de jogo descentralizada, sem a figura clássica do camisa 10. Fez a famosa duas linhas de 4, no 4-4-2 em que D'Alessandro e Andrezinho jogavam bem abertos, e Zé Roberto fazia companhia para Damião no ataque. Nessa formação o Inter viveu um de seus melhores momentos no ano, ganhou o Gauchão e chegou a entrar no G5 do BR-11.  Mas não resistiu à incompreensão pública e nem aos poucos resultados ruins. Mais pra frente, já na era Dorival Junior, os melhores resultados do Inter, incluindo título da Recopa e vaga na pré-Libertadores, a equipe jogou num 4-4-2 muito similar ao de Falcão, mas sem Zé Roberto e Andrezinho.
O que 2011 deixou evidente para o futebol do Inter é a necessidade de rejuvenescer o grupo de jogadores. Pois se não estão desgastados pela idade, estão desgastando com o clube ou com a torcida. Ou até mesmo acomodados, ganhando um bom salário, mas sem nenhuma motivação para disputar título. Caso mais evidente é o de Bolivar, de uma péssima temporada tecnicamente. Jogadores como Tinga e Guinazu seguiam o mesmo caminho, mas melhoraram de rendimento no final do ano, é provável que sejam mantidos.
Para pensar no Tri da Libertadores, ou no Tetra do Brasileirão, o Inter precisa de contratações, precisa de menos conturbações políticas e mais foco na bola. Mas também precisa ser coerente, dar respaldo ao treinador, pois Dorival é bom profissional, ainda jovem, anseia por títulos, e não pode ser tratado como foram tratados Roth e Falcão.
Se há uma palavra que resuma o ano colorado, esta seria Damião. Esteve aqui no Beira-Rio o jogador brasileiro que quase dividiu os holofotes com Neymar. Leandro Damião foi um fenômeno, empilhou gols e ostentou um exuberante preparo físico. Centroavante que dentre muitas qualidades técnicas, também pode ser chamado de trombador. Um pena sua lesão na metade pro fim do ano, acabou atrapalhando sua guinada na Seleção e a briga pela artilharia do BR-11. Ainda sim, um brilhante Damião.


Nenhum comentário:

Postar um comentário