segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Filme de Segunda

Curtindo a vida adoidado
Desta vez resolvi voltar no tempo pra valer, lá para 1986, ano de lançamento de Ferris Bueller's Day Off, algo como o dia de folga de Ferris Bueller, numa tradução livre. Ou Curtindo a vida adoitado, que não é tão ruim, visto que em Portugal o estimado filme é conhecido como O Rei dos gazeteiros. Horrível! Mas o fato é que quando lançado o filme do diretor John Hughes, em 86, eu não era sequer nascido - o que só viria a acontecer em 1989. Portando, minha infância foi nos anos 90, década em que Curtindo a vida adoidado talvez tenha sido o filme que mais passou na Sessão da Tarde na Globo. Se não foi, fica pau a pau com A Lagoa Azul. E por fazer parte da minha infância, e por eu ter comprado recentemente o DVD do filme e reassistido depois de anos, é que ele é pauta nesta segunda-feira.
É sempre um exercício muito interessante rever filmes, desenhos, seriados etc., que gostávamos quando criança. Às vezes acontece de achar ruim e se envergonhar de ter gostado ou, pelo contrário, você passa a gostar mais ainda. E é o caso de Curtindo a vida adoidado, que eu não lembrava da última vez que tinha assistido, mas com certeza foi duplado e com alguns cortes para a entrada de comerciais. Era muito forte na minha lembrança a cena do desfile, em que Ferris sobe num carro-alegórico e dubla Twist and shout dos Beatles. Porém o filme é mais do que isso, e assistindo hoje fica mais fácil de assimilar as coisas.
O diretor John Hughes é um craque das comédias nos anos 80. Um cara que carrega no currículo Clube dos cinco (1985) e Curtindo a vida adoidado não é qualquer um. Na década seguinte ainda roteirizou as franquias de Beethoven e Esqueceram de mim. Infelizmente este grande nome das comédias adolescentes faleceu em 2009.
Talvez o que mais tenha me chamado atenção no filme, que realmente não lembrava, é o fato de que Ferris Bueller muitas vezes quebra a quarta parede. Em dados momentos o personagem vira-se para a tela e conversa com o espectador. Não é um truque corriqueiro, mas que aqui Hughes usou muito bem, criando certo laço de cumplicidade entre espectador e personagem. O que contribui para que Ferris seja simpático ao público ao invés de uma possível empatia que poderia ser criada devido tipo sínico Bueller. Fator inegável para o carisma de Ferris é, sem dúvida, o ator Matthew Broderick.
Como Broderick, aliás, todo o elenco ficou muito identificado com o filme. Todos ali têm uma atuação corretíssima, sobretudo o trio principal, que contava com a Mia Sara, que estava deslumbrante em 86, fazendo a namorada de Ferris, e com Alan Ruck, o estressado melhor amigo do malandrão. Há uma química muito legal entre os três.
O argumento do filme é dos mais simples. Ferris Bueller é um bon vivant, muito popular, que está no último ano do colegial, e planeja um dia para matar aula e sair com a namorada e o melhor amigo. O que eles vão fazer? Ferris responde: "A pergunta não é o que vamos fazer. Mas sim o que não vamos fazer!"
Desde o diretor fanfarrão, que é outro ponto forte do filme, passando pela irmã mais nova de Ferris, que morre de ciumes do irmão, até a pequena ponta de um Charlie Cheen começando a carreira no cinema. Vale muito a pena rever esse clássico, que já se tornou cult. A fotografia da cidade de Chicago é muito bonita, a trilha sonora é excelente, Ferris é um queridão que todo mundo gostaria de ser amigo e John Hughes é um craque que merece ser lembrado e relembrado.
Curtindo a vida adoidado não envelheceu. Pelo contrário, ganhou vida. O passar dos anos lhe agregaram um valor muito bacana. Filme para curtir adoidado sempre! Salve Ferris!

Classificação PoA Geral 
- Obra
- Baita Filme
X Bom Filme [Clássico]
- Bem Bacana
- Legal
- Meia-boca
- Ruim
- Péssimo
- Inclassificável

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