quinta-feira, 30 de junho de 2011

Quinta-feira de mudanças no Olímpico

Empatar dentro do Estádio Olímpico, contra um Avaí que é lanterna do campeonato, e da maneira como transcorreu o jogo, tendo Grêmio um jogador a mais por quase um tempo inteiro, é façanha das grandes. Um empate que veio nos últimos segundos de jogo, normalmente teria gostinho de vitória, mas dentro do contesto gremista é tão melancólico quanto perder de goleada. Melancólica que foi a atuação do trio de arbitragem, que errou para os dois lados, em mais de um lance decisivo.
Mesmo que Miralles, que entrou no segundo tempo, tenha estreado bem individualmente, faltou um algo a mais a um time que teve os retornos de pelo menos três jogadores que ainda não estão 100%. E o próprio Miraalles, que ainda não se encontra nas melhores condições, inclusive de entrosamento com o grupo.

Uma hora depois do final do jogo, falaram o diretor de futebol Antônio Vicente Martins e o técnico Renato. Após a entrevista coletiva dos dois, um contido, cansado, frustrado e convicto Presidente Paulo Odone. Disse o presidente que nenhuma decisão seria tomada antes das reuniões dessa quinta-feira. Disse, porém, como quem deixa claro que já tomou as decisões. Podemos todos nós que fizemos a leitura que fizemos das palavras do Odone estarmos totalmente enganados, mas ficou subentendido que o Grêmio trocará seu departamento de futebol e sua comissão técnica.
Caso seja isso mesmo, tem motivos Paulo Odone para mudar a ideia de futebol no Grêmio. A passagem de Portaluppi como treinador do Grêmio em 2010 foi espetacular. Ele achou o esquema, encaixou o time, fez com que os jogadores rendessem, foi campeão do 2° turno de BR-10 e conquistou uma vaga na Taça Libertadores. Por outro lado, o Grêmio de 2011 deu certo em campo pouquíssimas vezes. E, sem dúvida, Renato tem grande parcela de culpa no mal funcionamento da equipe nessa temporada. A grande parcela de culpa também carrega o departamento de futebol, é verdade. Reforços demoraram a chegar, alguns nem chegaram e outros que infelizmente aí estão, não deram certo. Não é exagero dizer que o primeiro semestre da atual gestão gremista é uma bagunça.
Contudo, nem a qualidade do grupo de jogadores nem a capacidade profissional de Renato Portaluppi condizem com a campanha do Grêmio em 2011. Se tira mais suco dessa laranja. E se, na base da conversa e da auto-crítica, o Grêmio decidir "mudar sem mudar", o pessoal no Olímpico vai ter de ter primeiramente a capacidade de lidar com uma pressão incrível, que vem da torcida, da imprensa e até mesmo de dentro do clube.
Perguntado se é difícil demitir um ídolo, Paulo Odone respondeu com a boca cheia, sem pestanejar, é difícil. Não tenha dúvida que vaiar um ídolo também é muito difícil. Ninguém quer, como também não se quer torcer para um time que não funciona e tem problemas. O que realmente vai acontecer com o Grêmio daqui pra frente? Quinta-feira.

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