É sempre muito bonito de ver no futebol algum tipo de relação que vá além da profissional. É o que se vê no Internacional desde que foi anunciada a volta de Paulo Roberto Falcão à casa mata do Beira-Rio. Na escalação colorada anunciada pelos auto-falantes do estádio antes do jogo, a torcida vibrou como se fosse gol o nome do técnico. Esse clima é essencial para o ambiente do clube, só trás coisa boa.
Ajudou a trazer a vitória contra o Santa Cruz, ainda que magra, por 1 a 0, mas num jogo decisivo de mata ou morre, nas quartas de final de um turno que o Inter precisa ganhar para pensar em título de Gauchão. Falcão teve menos de uma semana de trabalho.
O Internacional não deu espetáculo, porém foi extremamente pragmático, organizado e, como muito se falou desde a contratação do ídolo colorado, o time esteve compacto. Jogando num 4-4-2 com duas linhas bem definidas, como pouco se joga no Brasil e muito se usa na Europa e na América do Sul. Falcão aproximou os três setores do time que, assim, com as linhas próximas, não corria risco quando perdia a posse de bola, pois nunca esteve fora do lugar.
D'Alessandro como winger na esquerda e Andrezinho surpreendendo e jogando bem de winger pela direita fizeram metade do trabalho dos laterais, indo à linha de fundo e, eventualmente, caindo pelo meio e invertendo de posição. Assim, como meias abertos, surgiu a jogada do gol colorado, com o lançamento do argentino lá da esquerda para o Andrezinho, que corria pelo corredor direito e pôde fazer cruzamento rasteiro e preciso para o goleador Damião. Os laterais, Falcão justificou, com esse esquema não precisam correr de uma linha de fundo à outra o jogo inteiro, eles dividem o campo com os meias que jogam à frente, vindo de trás como opção de tabela e recomeço de jogada. Funcionou contra um Santa Cruz acuado, que perdeu um jogador logo cedo.
Foi boa a estreia de Falcão, deixa impressão positiva e uma perspectiva real de melhora, visto que tem um Rafael Sobis ganhando ritmo e jogando na sua, de segundo atacante, um Oscar com fome de bola e pra entrar no time, um D'Alessandro cada vez mais ídolo e em fase iluminada, tem Bolívar e Rodrigo se entendendo e fazendo ótima dupla, tem Bolatti e Guiñazu combatendo e impondo respeito em castelhano, um Tinga saindo do DM e com futebol pra brigar por vaga. Tem muita bola nesse plantel para Falcão fazer o que Roth já fez, lá quando chegou, em Junho do ano passado.
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