É, o Grêmio está na semi-final da Taça Farroupilha e enfrenta a sensação do campeonato, o Cruzeiro, em local e data ainda indefinidos pela Confederação Gaúcha e pela RBS. É, mas poderia muito bem ter sido o Ypiranga a passar de fase. O time de Erechim, jogando em casa, empatou em 1 a 1 com o Grêmio e só vendeu a eliminação nos pênaltis.
Jogo bom de assistir, não que tenha sido bem jogado - foi em raros momentos -, mas foi bem disputado. Jogo complicado de participar e jogar. Que o diga Grêmio, Ypiranga e o árbitro Leandro Vuaden. As duas equipes fizeram uma partida de muito contato, Vuaden teve de participar bastante, distribuir bastante cartões amarelos. Mais acertou que errou, porém não seria exagero se o Ypiranga tivesse acabo os 90 minutos com um a menos. O time de Erechim usou em demasia do recurso da falta, principalmente sobre o jovem Leandro. Recurso que, esse ano, os adversários da dupla grenal estão caprichando. No Grêmio, Douglas e Leandro são os visados. No Inter, D'Alessandro e Oscar.
Mas o fato é que de novo o Grêmio apresentou um futebol de se desconfiar, parecido com o que jogou na Bolívia, porém mais comprometido. No início, a equipe de Renato abusou da displicência defensiva, Gabriel, Neuton, Adilson e Rochemback avançavam juntos. Se o time conseguisse manter a posse de bola, tudo ok. Mas não é o caso. Ao Grêmio de 2011, o que mais falta é sincronia nos movimentos defensivos. Muito mais uma questão de posicionamento que qualidade.
Ainda no primeiro tempo, passados 20 minutos de jogo, por orientação de Renato, Neuton e Gabriel guardaram mais posição e o Ypiranga, que jogou num 4-4-2 e insistia muito pelos lados, ficou de certa forma neutralizado. Assim o Grêmio conseguiu presença no campo de ataque, Leandro cresceu, passou a ser o destaque do jogo, pecando, porém, sempre no toque final. Contudo, quem brilhou foi Douglas, com um golaço de fora da área.
A saída de Douglas e Leandro, no segundo tempo, até então os dois melhores gremistas e campo, aconteceram no memento de apagão tricolor. O meia saiu porque não teve mais condição física, deu lugar a Carlos Alberto, que ainda demonstra muito mais vontade que futebol. Lenadro deixou o campo por opção discutível do treinador. Entrou Lins, que jogou bem, mas menos que Leandro.
A certa altura da segunda etapa o Ypiranga entrava na área gremista por todos os lados e tomou o gol de empate num chute vindo da entrada da áera, na zona de cobertura do Gabriel. Foi falha de Victor? Foi, falha técnica, pois foi no canto dele. Mas longe de ser daquelas escandalosas, ainda mais para um goleiro que fez a boa partida que fez e que, na hora H, buscou mais um pênalti.
O Grêmio tem o mérito de ter bons batedores de pênalti, que dificilmente erram, como nesse domingo errou Lúcio. Mas muito bem acertaram Borges, Carlos Alberto, Rochemback e Gabriel. O goleiro Luiz Carlos também fez boa partida, também defendeu uma penalidade, entretanto não foi o suficiente para a evitar a classificação do Grêmio.
Renato está vendo que a equipe está jogando pouco. Já é um começo. Agora, quem tem o poder de mudar isso é ele. No seu 4-4-2, que é um 4-3-1-2, quem tem a função de apoiar e defender está mais atacando que combatendo. Nessa semana vazia, que antecede os jogos decisivos do Gauchão e da Libertadores, é preciso reencontrar o equilibro dentro do time. E esse equilíbrio passa, principalmente, pelas funções que desempenham os dois laterais e os três volantes.
Foi no sufoco! Mas valeu. Pior foi quarta, na Liberta. No mata-mata precisa se doar mais.
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