Desde o final de 2010 até este exato momento (e não estanca por aqui, muito pelo contrário), um assunto no futebol brasileiro corre em paralelo à própria prática do esporte. Claro, estou falando da polêmica que se criou em torno da disputa dos direitos de transmissão do futebol a partir de 2012. O assunto vai muito além do futebol. Mas muito além.
Tem ali muita política, muito interesse financeiro de clube, de entidade, de emissora. Tem muito do que é a selva sem lei que é mídia brasileira. Quando finalmente o Clube dos 13 resolveu retirar as regalias da toda poderosa e mimada Globo, instalou-se o caos político no futebol nacional. Em texto de Alexandre Haubrich publicado recentemente aqui no blog, dá para entender melhor como a situação chegou ao atual patamar de indefinição.
Corre a informação que a Globo está fechada com 13 clubes, mas até agora só Grêmio, Goiás, Cruzeiro e Coritiba admitiram oficialmente o acordo com a emissora para que transmita seus jogos no triênio 2012/13/14. Flamengo e Corinthians ainda não acertaram com ninguém. Enquanto isso, A RedeTV! já adquiriu junto ao C13, em licitação aberta a qual foi a unica emissora a participar, o direito de transmissão do Campeonato Brasileiro dos próximo três anos. O detalhe é que o C13 está com uma gama pequena de clubes grandes ainda afiliados. São eles o CAP, o Inter, o Atlétco-MG e o São Paulo.
Agora a rede Record entrou na briga novamente. E emissora do bispo Edir Macedo promete investir forte nos quatro últimos pilares do C13 e garantir pra si os direitos de transmissão de Flamengo e Corinthians, clubes das maiores torcidas do Brasil.
Ou seja: a bagunça é grande. No cenário atual, os direitos de transmissão podem ser divididos em três fragmentos entre as três emissoras, o que diminuiria muito a quantidade de jogos televisionados. A notícia ruim disso tudo é que o torcedor é o maior prejudicado, pois nenhum benefício lhe trás esse tipo de disputa de interesse.
A notícia boa de todo esse alvoroço é ver o circo pegar fogo! Assim, quem sabe, não se chega a conclusão que um novo circo precisa ser erguido; não se chega a conclusão que a Globo não pode ter todo esse poder de audiência e barganha; que a CBF tem que gerir futebol e não jogos de políticagem; que os clubes precisam ser mais unidos visando o bem coletivo e o melhor para o torcedor. Quem sabe não está na hora do Estado apagar esse fogo e pôr ordem na casa, como fez Cristina Kirchner, na Argentina, estatizando as transmissões e passando os jogos na tevê pública.
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