Durval Discos
O filme de Anna Muylaert é de 2002, já faz quase 10 anos. Há 10 anos o cinema nacional não tinha a vitrina que alcançou nos últimos cinco anos, portanto, acho que Durval Discos, apesar dos prêmios, é um filme pouco assistido pelo público brasileiro. Este post é pra ser direto e reto: assista este que é um dos melhores filmes nacionais da última década.
Durval Discos tem roteiro e direção de Anna Muylaert, que tem muita coisa legal no currículo, como o É proibido fumar (2009), com o Paulo Miklos e a Glória Pires. A Anna também participou dos roteiros de todos aqueles programas infantis clássicos da TVE nos anos 90, além de curtas-metragens e a colaboração em outros longas.
O filme é uma mistura de comédia e drama. Começa leve, nostálgico, com o solteirão e quarentão Durval vendendo - tentando vender - discos de vinil na sua loja, que fica em frente à sua casa, que divide com sua mãe, uma senhora em idade bem avançada, que faz o estilo mãe protetora. Sabe filho único, mimado pela mãe? Esse é o quadro.
Na era do CD, o negócio na loja não vai bem e a situação financeira de Durval (Ary França) e Dona Carmita (Etty Fraser) não é das melhores. Mesmo assim decidem contratar uma empregada doméstica para ajudar Carmita nos afazeres da casa. O filme vira quando a empregada (Letícia Sabatella) aparece com uma criança, a Kiki, e a abandona na casa de Durval. A partir daí começa uma relação de exageros entre Carmita, seu filho e a Kiki.
O filme mostra o quão são vulneráveis as pessoas carentes. Seja essa carência de amor, de felicidade ou de simples quebras de rotina, de novidades. Algo que pareça mudar a sorte, trazer novos ares. A Durval Discos continua indo mal, mas agora nem tudo é tão duro naquela casa. Até que um segundo fato vira o filme de novo.
Durval Disco tem ainda uma participação legal de Marisa Orth, que é vizinha da loja, balconista de uma sorveteria, que sai do serviço e vai fumar e falar mal da patroa pro Durval. Funciona bem em cena a dobradinha de Ary França Marisa Orth, mas nada que ofusque a jovenzinha Isabela Guasco quando em conjunto com Ary e Etty Fraser.
A trilha sonora é especial. Tem muita gente bacana, muito som sensacional. Dá todo ar nostálgico que Anna precisou para o filme. Foi o grande vencedor do festival de Gramado de 2002, faturando Melhor Filme, Prêmio do Júri Popular, Prêmio da Crítica, Melhor Direção, Melhor Roteiro, Melhor Fotografia e Melhor Direção.
Classificação PoA Geral
- Obra
- Baita Filme
X Bom Filme
- Bem Bacana
- Legal
- Meia-boca
- Ruim
- Péssimo
- Inclassificável
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