A grande curiosidade da noite, na estreia do Grêmio na Libertadores contra o Oriente Petrolero, era ver a equipe bastante ofensiva que Renato bancou que jogaria. E jogou. No papel, um 4-4-2 desdobrado em 4-1-3-2, com Rochemback como único volante, uma linha de três meias com Lúcio, Douglas e C.Alberto mais dois centroavantes à frente, Borges e André Lima.
No primeiro tempo não foi essa maravilha toda, mesmo contra um modesto adversário. Modesto, longe de ser um time sofrível. O Oriente Petrolero tem seis jogadores que são titulares da seleção boliviana, entre eles o bom segundo atacante Mauricio Saucedo. Os bolivianos do técnico Ariel Russo impuseram dificuldades ao Grêmio jogando num rigoroso 4-4-2 em duas linhas próximas e recuadas, com as boas saídas de contra-ataques. Mas isso, apenas no primeiro tempo.
Dificuldades o Grêmio teve também com o próprio Grêmio. Novamente André Lima e Borges não fizeram boa dupla de ataque. No meio-campo, o que era para ser um time com facilidade de atacar pelos lados, pois era para ter Lúcio e a passagem do Gilson na esquerda e Carlos Alberto e a passagem de Gabriel na direita. Não aconteceu como deveria. Douglas e Carlos Alberto muitas vezes ocuparam o mesmo espaço na faixa central, insistiram muito pelo meio e pouco fizeram. O camisa 22 por vezes recuava demais, ficando ao lado de Rochemback e configurando um 4-2-2-2 burocrático.
O pênalti que abriu os caminhos tricolores na LA'11 veio só aos 43min do primeiro tempo. O árbitro Líber Prudente viu mão do jogador boliviano dentro da área. Viu errado, a bola bateu no rosto, embora o jogador tenha se atirado como um Higuita na bola. Do pé esquerdo do camisa 10 Douglas para o canto direito de Hugo Suárez.
No segundo tempo, sem o peso de precisar abrir o placar, o Grêmio voltou mais leve e, importante, melhor posicionado. Carlos Alberto e Douglas não bateram mais cabeça. O primeiro foi para o flanco direito enquanto o outro centralizou. O jogo fluiu, os laterais passaram e, numa dessas, recém aos 2min, o contestado Gilson entrou área a dentro e anotou com sua perna esquerda o segundo gol tricolor da noite.
A equipe do Oriente Petrolero não esboçou nenhum tipo de reação e o Grêmio tomou conta do jogo, muito pelos pés do imenso Fábio Rochemback, que jogou bem desde o início e viu seus companheiros gastarem o fino da bola só no segundo tempo. O terceiro gol saiu ao natural, mais um do pé esquerdo de Douglas.
Paulão e Rodolfo fizeram boa partida, seguros e sem inventar. Renato confia muito em Paulão, embora eu ache Vilson melhor opção. Depois entrou Adilson, Maylson e Escudero. Um dos atacantes saiu de campo e o Grêmio ficou num equilibrado (e tendência daqui pra frente) 4-2-3-1. Não se viu muito do argentino, entrou num momento em que o jogo estava morto, mas parece que Lúcio continuará no meio-campo e Gilson na lateral esquerda-esquerda.
Com a vitória o Grêmio é líder do grupo 2, tem os mesmo 3 pontos do Junio Barranquilla, mas tem vantagem de saldo de gols. O Tricolor agora pensa no Ypiranga, jogo que acontece no Domingo, pelas quartas de final da Taça Piratini, e viaja no meio da semana para enfrentar o próprio Junior Barranquilla, na Colômbia.
Falando sério, dessa vez demos um pouco de sorte, não demos?
ResponderExcluirNão digo sorte, mas sim um nível menor de exigência.
ResponderExcluirNão acredito que este esquema vá encaixar bem em jogos de alto nível. Claro, o problema não é o esquema, mas as características e a capacidade técnicas dos jogadores.
O primeiro gol do Grêmio foi uma contribuição da arbitragem, o segundo foi uma 'doação' do goleiro. Sendo assim, o Grêmio 'achou' dois gols, um no final da primeira etapa e outro logo no início da segunda. Aí tem um pouco de sorte, eu acho. O adversário era fraco, isso ninguém contesta, nem os bolivianos, mas ainda assim tivemos dificuldades.
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