quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Deselegância perigosa

Tudo bem a flauta do torcedor que, mesmo do torcedor, precisa ter certa elegância. Tem gente que extrapola, não sabe brincar, só quer falar e nunca ouvir. A bola da vez é o Inter e o colorado sabe disso, a derrota para o Mazembe na semi-final do Mundial foi enorme e a flauta vem em tamanho proporcional. Vídeos, fotos e piadas se espalham rapidamente pela internet e pelo boca-a-boca do torcedor na rua.

Mas o deboche não pode tomar conta do alto escalão de um clube de futebol tal qual a mesa de um bar. Na noite de quarta-feira, 15, aconteceu no Olímpico a cerimônia de posse do novo presidente do Grêmio, Paulo Odone. Num evento que devia privilegiar e projetar o futuro do Grêmio, se falou demais do Internacional. Se falou demais no Mazembe. Coisas do tipo: "A cena do goleiro batendo com as nádegas no chão jamais será esquecida pelos gremistas", falou em tom de deboche o novo presidente.

O presidente em exercício também alfinetou o rival, dizendo que "Temos que ganhar a Libertadores no ano que vem para ir ao Mundial. Porque se nós, Grêmio, formos ao Mundial, jamais vamos fazer um fiasco como se viu ontem em Abu Dhabi". Alguns dirigentes ainda usavam o broches com os dizeres "Fiasco FiFa". E, convenhamos, corneta há de ser feita ao Tricolor, que ultimamente comemora tudo, menos título.
Postei essa semana aqui no blog, reportagem sobre as torcidas organizadas da dupla grenal e como a violência faz parte do cotidiano destes torcedores. Tenho certeza que atitudes descabidas como as dos dirigentes gremistas contribuem ainda mais com o clima de guerra entre a torcidas. É de cima que precisa vir o discurso diferenciado. Infelizmente, não foi a primeira nem vai ser a última vez que isso acontece nas direções de Grêmio e Inter.  

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