domingo, 14 de novembro de 2010

Novo tropeço do vôlei feminino brasileiro

Por Daniela Ribas (@dany_yoda)

Era a oportunidade perfeita para o Brasil no Mundial Feminino de Vôlei. Campanha invicta e uma final com carinha de revanche (ah, aquele título engasgado de 4 anos atrás...).
A começar pelo jogo de ontem, um dos mais duros da Seleção neste Mundial. Jogar contra o Japão é quase o mesmo que jogar xadrez, só esqueceram de avisar a Natália no começo do jogo que não era força, era jeito. Mas conforme o decorrer dos sets, ela se ligou com os gritos do José Guimarães.
Jogo digno de mundial. Sheila, a camisa 13 brasileira, foi a maior pontuadora do jogo, também pudera, é quem mais tem paciência no time. Jaqueline, que sempre segura as pontas na defesa ajudando a Fabizinha, no jogo contra o Japão ficou apagada.
Então se não dá certo a dona Jaque, que entre a Sassá, apagada na primeira inversão feita por José Roberto Guimarães, no segundo set. Quando entrou novamente no lugar da Jaqueline, aí sim, mostrou por que ainda tem lugar garantido na seleção, além de ser o saque de confiança do treinador é, também, o tapa furo nas horas necessárias. 
Começou ontem então a saga de 3x2, placar um tanto atípico no vôlei, poucas vezes vi os 3x2, jogos decididos no tie-break, emocionantes, sempre muito empolgantes, dá vontade de entrar na quadra e jogar junto... Disputar ponto a ponto. Ontem o Brasil venceu, diante de um japão que todos conhecem bem, de muita técnica e boas, ótimas, e quase impossíveis defesas. 
Já hoje, na final contra a Rússia....
Foi uma aula de vôlei por parte das russas, principalmente por parte de Gamova, uma cavala que joga um voleibol de dar água na boca. O jogo das russas foi basicamente nos erros brasileiros, após três erros de ataque brasileiros, as russas gostaram do jogo, o bate bola foi envolvente, e mesmo o Brasil tendo vencido dois sets e a Russia apenas um, as brasileiras novamente tiveram os fantasmas assombrando e povoando a quadra. No set final, Gamova, o carrasco - ou melhor, a carrasca - crava uma bola indefensável, não foi à toa que foi eleita a melhor do Mundial, mereceu mesmo.
Russia 3x2. As parciais do jogo foran 21/25, 25/17, 20/25, 25/14 e 15/11.
O retrospecto do brasil foi um dos melhores, fazia tempo que não se via um brasil tão homogêneo, jogando uma bola tão redondinha.
Fica então minha sincera tristeza pelas gurias que mais uma vez não conseguiram passar de vice-campeãs. A seleção se despede do Japão com uma campanha de dez vitórias em 11 jogos e dez sets perdidos. E a Rússia chega a um recorde: nunca uma seleção conseguiu fazer campanha invicta, com 11 triunfos. Cuba (1994), Japão (1974) e União Soviética (1956) tinham dez.

AS MELHORES DO CAMPEONATO
Melhor atacante:
Tatiana Kosheleva (RUS)
Melhor bloqueio:
Christiane Fürst (ALE)
Melhor saque:
Grothues Maret (HOL)
Melhor líbero:
Stacy Sykora (EUA)
Melhor recepção:
Logan Tom (EUA)
Melhor levantadora:
Qiuyue Wei (CHN)
Maior pontuadora:
Neslihan Darnel (TUR)
Melhor jogadora:
Ekaterina Gamova (RUS)

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