segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Orgulho

É com misto de orgulho e felicidade que encaro e eleição de Dilma Rousseff. A mineira-gaúcha, de origem húngara, se elege aos 62 anos de idade, quase 63, na sua primeira eleição, contra um político calejado, cancheiro, acostumado com debates a cada dois anos e com o contato com o eleitor. Isto, por si só, já é significativo. Lula precisou de quatro eleições para se eleger a primeira vez.
Felicidade por questões pessoais, de poder ver no RS e no Brasil uma derrota significativa da direita representada pelo PSDB. De poder eleger candidatos que voto com muita convicção. São eles o senador Pain, Dilma Roiusseff e, principalmente, o governador eleito Tarso Genro, que assume depois de quatro anos de Rigotto e quatro anos de Yeda no estado. Os canditados do Partido dos Trabalhadores, hoje representam um projeto de governo que muito mais acertou do que errou, não é à toa a aprovação popular.
O sentimento de orgulho é mais abrangente, ultrapassa as fronteiras do Brasil. O processo é lento, não sabemos até que ponto continuará avançando, mas o eleitor está se desgarrando de preconceitos pré-históricos na hora de ir às urnas. Como é legal ver um índio na presidência da Bolívia, um negro nos E.U.A., um ex-guerrilheiro no Uruguai, um mestiço na Venezuela, um operário no Brasil que, agora, elege uma mulher.
A primeira mulher Presidente da República. Significativo! Ainda mais para uma mulher que vem da esquerda, embora o PT seja um partido de centro, para uma mulher que atuou fortemente na luta contra a ditadura e tem um passado digno, de guerrilha e clandestinidade. Não só aqui, mas nos outros países citados, e outros ainda, há uma profunda prova de democracia. Basta que o povo queira, chega-se ao cargo máximo de uma república. Seja índio, negro, mulher etc.
Podemos questionar a qualidade de cada governo, sim. Mas não a legitimidade e a importância histórica de cada representante do povo que chegou ao poder. Estou feliz, questão pessoal. O orgulho é pelo coletivo, pela evolução do pensar e do votar.

Um comentário:

  1. Vale ressaltar que não são todos que tem o presidente da república como cabo eleitoral....

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