Quando o torcedor colorado vê Glaydson vestindo a camisa 10 já sabe que alguma coisa está errada. Também torce o nariz ao ficar sabendo que a zaga que jogará o clássico decisivo começa com Ronaldo, um ilustre desconhecido para o torcedor até o momento. Jorge Fossati, precisando vencer por pelo menos 2 gols de diferença, levou a campo um mistão num 3-5-2 de se desconfiar, quando na verdade foi de surpreender. O Inter marcou um gol cedo, teve a posse de bola no primeiro tempo e Ronaldo foi um dos melhores em campo. Glaydson, bom, esse foi esforçado mas não foi nada a mais que o Glaydson conhecido por todos.
O Inter ambicionou o título, mas em nenhum momento passou por cima da prioridade que é a Libertadores. Quando pôde, e deveria, ter ousado mais, no segundo tempo, Fossati tirou um dos atacantes e colocou Thiago Humberto - terceira ou quarta opção no time principal. Kléber Pereira até entrou, no fim, e pelo tempo que teve, e mais pelo futebol apresentado, não conta.
Silas escalou para o Grenal um time sem surpresas. Foi um Grêmio que só foi ameaçado no primeiro tempo - o mesmo Grêmio pouco ameaçado no campeonato inteiro, e que desde a vitória de 2 a 0 no Beira-Rio deixou o título estacionado no Olímpico. Pelo lado direito de defesa a equipe de Silas sofreu porque Giuliano e Kléber ocuparam bem o espaço, Taison aparecia como opção e, na saída de bola o volante Sandro marcava muito bem o meia Douglas, que últimamente vem jogando pela direita.
Fossati quis contra-atacar o Grêmio que vinha para atacar. A estratégia colorada até funcionou bem no primeiro tempo, em determinados momentos teve a posse da bola mas não teve penatração, não conseguiu ser um time agudo. Walter não funcionou como centroavante e Taison só foi participativo, ficou longe de ser efetivo - a única coisa que acertou no jogo foi mesmo o Jonas.
Pato Abbondanzieri, em tarde de Victor, trabalhou mais que o goleiro campeão, e trabalhou bem. O argentino, já contestado dentro do Beira-Rio, foi muito exigido e importantíssimo para a vitória colorada. Ele, Ronaldo, Sandro e Giuliano.
O bom momento do Grêmio reflete o bom momento de Silas. Nas últmas partidas as substituições do treinador gremistas têm surtido efeitos positivos na equipe durante os jogos. Hugo mais uma vez entrou bem, jogou os 45 minutos finais ora como ala, ora como meia. Assim, Silas segurou mais Neuton na esquerda e liberou Edilson lá na direita. Com essa manobra, o lateral gremista combateu Kléber mais longe da área, anulando uma importante alternativa do Internacional.
A vitória do Inter acaba sendo secundária no contexto do Campeonato e no contexto Tricolor, que só tem a comemorar. Mas vencer o Grêmio nesse clássico final, mesmo sem o título, é essencial dentro do contexto colorado, que tem na Quinta um confronto decisivo contra o Banfield, pela Libertadores. Jogo em que o Inter precisa desmanchar um resultado desfavorável de 3 a 1. A vitória no Grenal dá confiança, dá moral - e já é melhor que nada.
O Grêmio encabeçou o Campeonato desde o início, nada mais justo o ceneco ficar no Olímpico. Silas faz até agora um bom trabalho, um trabalho de paciência que só agora a torcida vai engolindo, que só agora a imprensa vai entendendo. Victor mais uma vez foi o baita goleiro que é, Rodrigo também é destaque, Douglas é importante e a dupla de ataque um dos maiores expoentes desse time. Enfim, o Grêmio como um todo recebe os parabéns deste que vos escreve!
Entretanto, e festa é só nesse domingo. A partir de segunda é bola pra frente e pé no chão. O Fluminense vem aí, em desvantagem, mas o jogo é decisivo e vale vaga na semi-final da Copa do Brasil.
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