Assisti em aula, nessa terça-feira, um trecho do documentário Edifício Master, de Eduardo Coutinho. Dos poucos 20 minutos que pude assistir do filme, já me pareceu algo realmente grandioso. A ideia é simples - talvez a execução não seja tão simples quanto: entrevistar pessoas anônimas, de um determinado condomínio do Rio de Janeiro. Num edifício que tem por volta de 500 moradores, Coutinho conversou com 37.
Uma entrevista em especial me chamou atenção. E me surpreendeu para o bem. O depoimento de Alessandra é extraordinário, rico em dramas reais, inocência, inteligência, percepção de mundo. À época com 20 anos, as gravações são de 2002, Alessandra se considerava ainda uma adolescente, mesmo já sendo mãe desde os 14, mesmo não morando mais em sua terra natal, em Belo Horizonte, e mesmo negando ter tido uma infância considerada ideal.
Alessandra é autêntica, não tem medo de expor a sua verdade, tem noção de qual verdade é essa, como ela é encarada pela sociedade e ainda sabe como é errada e desumana a forma que a sociedade a julga. Tudo isso com um sorriso maravilhoso no rosto, que deve pertencer à criança que ela não pôde ser.
A idéia de entrevistar pessoas que a princípio não tem espaço na mídia para serem ouvidas, foi genial. Pessoas com problemas simples, nada polêmico, cada uma com a sua bagagem e, como essa moça do vídeo, com as mais diversas esperiências.
ResponderExcluirJá foi feito um estereótipo de como são 'garotas de programa' e aí vemos que elas não são nada ruim - digamos assim - perto de tanta coisa errada que tem nesse mundo. É muita falação por nada, essa menina mesmo, ela se vira, sustenta a família, talvez não se orgulhe mas com certeza não se envergonha de fazer o que faz. Não é o jeito mais certo de ganhar dinheiro, mas tem jeito certo? Tem é jeito errado, errado erradíssimo, roubar, matar, tudo em prol do dinheiro ou do simples prazer. Ela nem sequer faz por prazer, nem se vender ela se vende, ela aluga o seu corpo, e só volta pra buscar já que ela no momento dos programas não está de alma ali, com alguns goles de álcool vira outra mulher e simplesmnete faz o necessário, o que deu para conseguir, o que proporciona o sustento da família dela. Admiro gente como ela que dá a cara a tapa e junto com o ato dela eu dou mão à palmatória.