Lembro dos tempos em que eu veraneava. Todo mundo veraneava. Semanas e mais semanas num marasmo sem fim, na praia, veraneando. Final de semana, as casas em volta ficavam todas cheias, à noitinha do domingo só ficavam aqueles que iam passar a semana. Eu, minha mãe, minhas tias e meus primos sempre ficávamos. Os pais sempre voltavam, tinham de trabalhar. Mas, invariavelmente, eles voltavam nos final de semana seguinte.
Não sei se era assim com todo mundo, mas aqui em casa tinha um motivo para ser assim todos os anos. Minha mãe e minhas tias são professoras, ora bolas! Claro, aí é fácil ficar na praia pois, como nós, crianças, eles também tinham seus quase três meses de férias.
Mas percebo que de uns tempos pra cá, o ato de veranear está acabando. Ou mudando de forma. É cada vez mais difícil as pessoas irem para suas casas da praia e ficarem lá por um mês que seja. O veraneio está fragmentado, e ficando chato. Cansativo.
Acontece que o veraneio é dividido em vários fins de semana. Aliás, todos os fins de semana, de dezembro à março! Sexta-Feira de noite: estradas entupidas de carros rumo ao litoral. Sábado: a mesma coisa até certa hora da tarde. No domingo, o mesmo movimento, só que ao contrário. Todos voltam, no mesmo horário. O mesmo horário compreende-se o intervalo de tempo entre 9 horas da manhã e 9 horas da noite. O importante é chegar em casa em tempo de ver os gols do Fantástico.
Ir para o litoral e passar dois dias, em cidades muitas vezes sem estrutura para comportar a quantidade de pessoas que lá estão, é uma aventura cada vez mais habitual na rotina dos veranistas. Eu não gosto, mas como fica muito complicado arranjar tempo de ir e ficar, às vezes me aventuro.
Prefiro o veraneio à moda antiga. A "prainha no findi" é muita loucura. Mas é sempre bom ver o mar. Uma hora ou outra é preciso fazer o sacrifício. Nesta sexta, chegou a minha vez. Só espero que não chova (isso tem uma cara de que dá azar!!).
É pra cá que eu vou. Não Atlântida! Pinhal...
É pra cá que eu vou. Não Atlântida! Pinhal...
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