Dica da semana

Tenho visto um número bacana de filmes ultimamente. A lista vai de filmes muito bons a filmes nem tão bons, alguns até decepcionantes. A dica de hoje fala de três filmes: Ensaio sobre a cegueira; O escafandro e a borboleta; Requiem para um sonho.

Escolhi estes filmes porque, além de serem muito bons, os três são apresentados ao espectador de uma maneira diferente, cada um com sua peculiaridade. Mas com um aspecto em comum: o ponto de vista que temos é o das personagens principais.

Ensaio sobre a cegueira é uma metáfora impressionante sobre o civilizado mundo dos seres humanos. Todos já sabem que o filme é uma adaptação da obra literária do português José Saramago. Todos já sabem que o longa é do brasileiro Fernando Meirelles. E todos também sabem que trata de um surto de cegueira que de repente toma conta do mundo. Não li o livro, e só fui assistir ao filme um ano depois do lançamento. Vou chover no molhado, mas vou falar (escrever)! O bacana de Ensaio sobre a cegueira é tom esbranquiçado da imagem, muitas vezes até fora de foco, a intenção é realmente incomodar os olhos e nos trazer pra dentro do filme.

Em Requiem para um sonho entramos no mundo dos viciados em drogas. Um filme pesado, que premia o espectador com uma atuação brilhante de Ellen Burstyn. Sua personagem é uma senhora que acaba viciada em seus comprimidos. É comovente. Os truques de montagem e recorte de imagens de Requiem... dão angustia, a impressão é que aquelas pessoas estão se drogando do nosso lado. O filme também não é novo, é de 2000.

Mas dos três, a obra é O escafandro e a borboleta. É baseado em fatos reais e inspirado no livro, de mesmo nome, do jornalista francês Jean-Dominique Bauby. O livro conta sua própria história, ou seja, um homem que depois de sofrer um AVC tem todos os movimentos do corpo comprometidos, conseguindo mexer apenas seu olho esquerdo, apesar de ouvir e compreender tudo normalmente.

Pode-se dizer que o filme é todo filmado do olho esquerdo de Bauby, e narrado por suas notas mentais. É maravilhoso e, apesar de ser um filme muito tocante, não é nada pesado. Não é dos tipos que te dão um soco no estômago.

O cartão de visitas de O escafandro e a borboleta:

Recebeu 4 indicações ao Oscar, nas categorias de Melhor Diretor, Melhor Fotografia, Melhor Edição e Melhor Roteiro Adaptado;

Ganhou 2 Globos de Ouro, nas categorias de Melhor Diretor e Melhor Filme Estrangeiro. Foi ainda indicado na categoria de Melhor Roteiro;

Ganhou os prêmios de Melhor Diretor e o Grande Prêmio Técnico, no Festival de Cannes;