quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

"É hoje, eim!"


Era só o que sabiam falar os torcedores colorados nessa quarta, 3 de Dezembro. Fosse para outro colorado, fosse para um gremista. Era o que se ouvia pelas ruas:

- É hoje, eim!

O torcedor estava empolgado. Deveria estar, o futebol do Inter lhe permitia confiança e a expectativa do título. E sem dúvida nenhuma foi uma grande final. O futebol esteve longe de ser o mais bonito. Mas quem disse que grandes finais precisam de futebol bonito? As grandes finais transbordam emoção, deixam o torcedor com o coração disparado e as unhas das mãos viram aperitivos. Em grandes finais os futibolistas viram atletas de resistência, de luta, de entrega e um agoniante silêncio precede o gol, seguido por um contagiante estouro de alegria e euforia. Assim são as grandes finais... assim foi no Beira-Rio.

A torcida colorada, que lotou completamente o estádio, deu um show à parte e viu o Internacional dominar a primeira meia hora de jogo. No lugar de Guiñazu, o meio-campista Andrezinho demonstrou entrosamento com D'Alessandro e Alex. Os laterais Bolivar e Marcão foram ao ataque, sendo resguardados por Magrão e Edinho. Nilmar, porém, não achou espaço no meio dos três zagueiros que o técnico Astrada posicionou na retaguarda do time argentino.

Apesar do domínio, e de boas triangulações, o Internacional não conseguiu ser objetivo. Correu, apertou, se desgastou e não obteve resultado. Da metade do primeiro tempo em diante Verón saiu do miolo do campo, onde estavam  Edinho e Magrão, e posicionou-se ora na esquerda, ora na direita, dando, assim, opção aos dois jogadores abertos nas alas do Estudiantes. A partir de então o time de La Plata encontrou seu jogo, e complicou o Internacional. O jogo foi para o intervalo com o Estudiantes trocando passes no campo de defesa colorado.

Como acabou a primeira etapa, iniciou a segunda. Verón acertou o pé, e fazia sua equipe jogar. A troca rápida de passes envolveu o Internacional que, sem a bola nos pés, se atrapalhava na marcação e fazia muitas faltas próximas da área. Numa dessas faltas saiu o gol de Alayes.

O resultado levava o jogo pra prorrogação. E levou. A equipe argentina dominou completamente o Inter, anulou Nilmar e Alex, tirando o poder ofensivo colorado. Tite ainda tentou dar mobilidade ao seu time colocando Taison e Gustavo Nery. A linha de quatro que dera certo em La Plata, no Beira-Rio não rendeu. Com propriedade, e ao comando de Verón, o Estudiantes administrou até o apito final.

Tite correu risco ao tirar Alex, pois em uma possível decisão por penaltis o jogador seria importante. Mas brilhou a estrela de quem arrisca.

Seriam mais 30 minutos. A torcida argentina fazia festa, a colorada fazia cara feia, o nervosismo era evidente.

Na prorrogação o Inter continuou jogando um futebol abaixo do esperado, Marcão, pela esquerda, não foi bem, comprometeu quando saiu pro jogo. Porém, mesmo de forma desorganizada o colorado foi pra cima. Taison armou uma correria pelo lado direito e, juntamente com D'Alessandro, mostrava qual era o caminho.

Os primeiros quinze minutos acabaram. Como estava, a decisão seria nas penalidades. Já sem Verón, o Estudiantes se encolheu em seu campo, parecia contente com o resultado, e creio que sim, estava contente. 

Quando o cronômetro marcava quase oito minutos, dos últimos quize a serem jogados, lá pela direita, onde estava aberto o garoto Taison, surge um escanteio. Do escanteio, uma confusão
na área. Dessa confusão surge Nilmar, que só tem o trabalho de empurrar a bola para que ultrapasse a linha do gol.

Nos minutos seguintes não houve mais jogo de futebol. Compreensível. 




Uma campanha intocável. Um campeão merecedor. E uma Copa que passa a ser valorizada. Parabéns aos colorados. Parabéns à instituição Sport Club Internacional!

Inter, Campeão da Sul-Americana 2008. 

              

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