sexta-feira, 11 de julho de 2008

O que falar dos Mamonas?


O documentário sobre os Mamonas Assassinas produzido e reproduzido pela rede Globo nesta noite de quinta foi excelente. Muito cuidadoso, tratou do contexto em que a banda se encontra de uma maneira elogiável, perfeito na dose do sensacionalismo, o que é essencial pro jornalismo televisivo, e, acima de tudo, refrescou a memória de quem vivenciou todo esse fenômeno. Parabéns pra Globo: assim como este, os outros especiais sobre grandes nomes da nossa música foram ótimas atrações, tudo na dose certa que a televisão exige.

Aí falaram, “Luiz Paulo Telo, discorra sobre os Mamonas Assassinas”, não titubeei:

A primeira lembrança em que me encontro realmente triste vem de 1996. Quando minha mãe me contou do acidente, realmente, não acreditei, eu tinha seis anos na época. Naquele domingo, quando liguei a tv pela primeira vez ao dia, a imagem que passava era vinda de um helicóptero, e filmava tudo o que acontecia naquele momento na tal Serra da Cantareira: bombeiros, polícia, curiosos, equipes de jornalismo. Foi então que me dei conta.

Foi um baque, não só pra mim, mas para os brasileiros, que, de uma hora para outra, tinham de assimilar como uma fonte de alegria que eram os Mamonas acaba e, instantaneamente, dá lugar a uma tristeza cruel. Foi impressionante e foi rápido e, a uma primeira vista, inacreditável a maneira como acabou e como a notícia chegou a nós.

De fato, eu não compreendia o sentido das letras, porém, cantava todas, as tinha na ponta da língua. Toda aquela bobagem, brincadeiras, e o humor, apenas entendido pelos adultos, contagiavam as crianças, inclusive aquelas que se escondiam dentro dos pais, avós e tios. Isso que me fascina, não havia malícia, o que existia ali era uma farra, uma grande brincadeira feita por todos, era tirar o pé do chão com aquele sorrisão no rosto, simples!

Não era uma banda de rock conceitual, eles até tentaram, nem uma banda normal de pop rock, era uma banda de rock humorístico! Os Mamonas Assassinas foram ótimos naquilo em que se propunham a fazer, e a maior proposta era serem eles mesmos, só que com uma guitarra tocando ao fundo e uma grande platéia assistindo!

Adoro humor, piada, deboche. Adoro música, rock’n’roll! Com os Mamonas tive a oportunidade de conhecer essas duas vertentes juntas. Com seis anos, mesmo não compreendendo o que diziam as letras, entendi a mensagem, peguei o espírito da coisa, pude rir e pular cantarolando o primeiro rock da minha vida. E esse foi o maior mérito daqueles cinco músicos: serem entendidos por todos os públicos, sendo que cada público entendia à sua maneira.

Aqueles cinco rapazes foram um tiro no escuro que deu certo. Os Mamonas Assassinas viveram o seu auge, e partiram. Nunca saberemos como teria sido se continuassem, não tiveram tempo de decepcionar o público, ou ainda de se afirmar como uma grande banda do cenário nacional.

Fico muito feliz sempre quando vejo algo relacionado aos Mamonas, percebo a inteligência da piadas daquela ou outra letra, percebo como o som é realmente bacana, e fico satisfeito em saber que eu não estava errado quando menor, era bom, e continua sendo!

Um comentário:

  1. Long Play, eu não assisti, tava podraça, mas, tenho muita cisa deles gravado em vhs, tenho mais de mill poster's, e tal e coisa, e concordo cntigo, eu não enendia p* nenhuma...mas me divertia, vivi o que eles me propunham viver, fui contagiada pela genialidade...e hoje tbm fico satisfeita de não ter me equivocado quando mais nova ;D

    belo texto...
    abraço!

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