quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Análise da estreia colorada na Libertadores

Ressalvas sejam feitas. Não é nada fácil enfrentar o The Strongest na altitude de La Paz. Nos últimos anos, na Copa Libertadores, apenas duas equipes derrotaram os bolivianos em seus domínios. Agora, é preciso admitir que o Internacional viu sua estratégia fracassar logo na primeira metade do primeiro tempo, quando o adversário já tinha 2 a 0 a seu favor.

O técnico Diego Aguirre queria a posse de bola. Correr pouco, mas fazendo a bola girar de um lado a outro, com paciência, esperando a hora certa para o bote e, ao mesmo tempo, evitando que o Strongest finalizasse. Para isso, o Inter foi escalado no 4-1-4-1, priorizando uma linha de meio-campo muito técnica, que começava com D'Alessandro na direita, Aranguiz e Anderson centralizados e Eduardo Sasha na esquerda. Na frente da zaga o ainda pesado Nilton, e no ataque Nilmar, longe também de sua melhor forma.

Nada saiu como o planejado. Com o Inter evidenciando medo do desgaste físico, nos primeiros minutos apenas o arrumado time boliviano - que mantém sua base há duas ou três temporada - correu e conseguiu ficar com a posse da bola. A linha de quatro meio-campistas do Inter não encaixou a marcação e sempre esteve distante da linha de defesa e do solitário Nilmar.


Flagra do 4-1-4-1 colorado, denunciando um espaço vazio muito grande entre a linha de defesa e os meio-campistas e também o isolamento de Nilmar. Na primeira meia-hora de jogo o Strongest encontrou muita facilidade para criar jogadas ofensivas.


Aguirre apostou que, principalmente Sasha e D'Alessandro, seriam capazes de cumprirem o corredor do lado do campo, auxiliando na marcação e ocupando espaço sem a bola e, com a posse dela, articulando em velocidade. Em condições normais, entendo que o técnico colorado estaria corretíssimo. Acho muito plausível essa formatação de equipe. Agora, em La Paz, não era a melhor estratégia.

O Inter melhorou quando, ainda no primeiro tempo, o treinador sacou Anderson e colocou Vitinho. Assim, D'Alessandro saiu da zona de desgaste e foi jogar centralizado, mais próximo de Nilmar, enquanto o camisa 21 foi fazer o flanco direito. O time gaúcho ganhou em organização, pois ficou mais compacto no 4-4-1-1, ganhou em intensidade com Vitinho e agregou a inteligência do seu camisa 10 mais solto pelo meio.

Com a saída de Anderson e a mudança de posicionamento, o Internacional encurtou os espaços. O time boliviano não encontrava mais tanta facilidade para tramar jogadas ofensivas. No 4-4-1-1, D'Alessandro ficou mais à vontade para jogar.



No início da segunda etapa o Inter até esboçou uma reação, conseguindo descontar para 2 a 1, em pênalti convertido por D'Alessandro. Melhor posicionado, o time de Diego Aguirre igualou as ações com o Strongest. Mas o desgaste de correr sem a bola no início do jogo sacramentaria o cansaço inevitável na reta final da partida. Visivelmente descontado, o Inter naturalmente tomou o terceiro gol no apagar das luzes.

Definitivamente não foi uma boa estreia. Mesmo com as dificuldades de jogar na altitude, a comissão técnica colorada poderia ter tomado decisões melhores e traçado uma estratégia de enfrentamento mais inteligente. Sorte que as próximas duas partidas pela Libertadores são dentro do Beira-Rio.

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