sábado, 29 de março de 2014

House e sua banda em Porto Alegre

Carlos Macedo / Agência RBS
Ora, que falta de elegância da minha parte. Tanto com Mr. Hugh Laurie quanto com sua Copper Bottom Band. Ambos de uma competência inegável, enquanto eu, um mero blogueiro do sul da América do Sul, os reduzo à óbvia referência ao seriado médico-cômico-investigativo Dr. House. O que, aliás, creio que não incomode tanto assim o ator e músico inglês. Ele sabe muito bem se aproveitar do sucesso do consagrado personagem. Mesmo assim, o título dessa postagem segue sendo uma falta de consideração - apenas aparentemente, lhes garanto.

Hugh adentrou o palco do Teatro do Sesi, em Porto Alegre, na última quinta-feira (29), dois - talvez três - minutos após a banda iniciar os trabalhos. Aquela velha jogada ensaiada. Como o público veio abaixo, Laurie já sentiu o clima da casa, o recepcionando como se fosse um velho astro do rock. Ou do blues, como tenho certeza que preferiria. A mesma certeza não tenho quanto a preferência musical do público presente. Das mil e quinhentas pessoas, quantas ali foram pra ver o House? E pra ver o Hugh? E pra ouvir blues?

Agora, tenho absoluta certeza que todos se divertiram muito e saíram encantados com a simpatia do inglês que revisa os clássicos da música negra americana. Não foi apenas um show, foi um espetáculo completo, envolvente, divertido. Hugh Laurie, o House, não é necessariamente um grande cantor, mas ele sabe cantar sim, se vira muito bem no violão e no piano tem desempenho mais que satisfatório. A partir desse músico razoavelmente interessante, o ator vem à tona. O esguio e enérgico interprete de 54 anos domina o palco, conta histórias, faz piadas, interage com o público e dança.

Carlos Macedo / Aência RBS

A Copper Bottom Band também faz seu papel. Com muita pegada, são sete músicos de muito sangue black correndo nas veias, uma enorme variedade de instrumentos e tem ainda aquelas clássicas dancinhas das backing vocals que sempre cantam absurdamente bem. Coisa de negrão, de qualidade, música de raiz, tudo executado de uma maneira legal, competente e divertida.

Ao longo do show, Hugh Laurie falava sobre seus ídolos e sobre cada canção. Destaques para Iko Iko, a canção que abriu a noite, do grupo feminino The Dixie Cups (vídeo abaixo), You Never Can Tell, de Chuck Berry, o tango El Choclo e, no bis, com o público todo em pé, aglomerado na frente do palco, uma versão do samba Mas que nada, cantado em português.

Não esperava menos do perspicaz Dr. House.

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