segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Filme de Segunda 98

Django Livre


Os filmes de Tarantino não costumam agradar ou chamar atenção do público comum. Geralmente, quem assiste a um filme do cineasta já conhece o trabalho e já sabe mais ou menos o que esperar. Raras as vezes Tarantino decepciona seus público cativo, afinal, poucos diretores são tão caricatos na maneira de dar a um filme a sua cara. Não é difícil reconhecer a mão de Quentin Tarantino na tela.

Django Livre tem um baita elenco, tem um belo roteiro, um argumento excelente, muita violência, bastante sangue, trilha sonora escolhida a dedo. É um Tarantino em grande forma. Sarcástico, conseguindo fazer o público rir e relaxar num filme de quase três horas, num cenário triste, que remonta um dos tantos momentos de absoluta vergonha da raça humana.

Contudo, talvez nada seja tão significativo em Django Livre quanto seu elenco. Vamos de um excêntrico Leonardo Di Caprio, na pele de um grande fazendeiro, cruel no trato de seus escravos, até um Jamie Foxx imponente, seguro, tornando Django uma figura em que se acredita piamente. Tem ainda o belíssimo trabalho de Samuel L. Jackson, dado vida a um velho rabujento e puxa-saco do personagem de Di Caprio. Mas quem rouba a cena é Christoph Waltz, esse ator fabuloso que Tarantino apresentou para o mundo com Bastardos Inglórios, e aqui volta em grande forma, tomando conta do filme na pele de um caçador de recompensas torna-se aliado de Django.
Django Livre conta uma história de vingança. Sangrenta e impiedosa. Para isso, toca fundo numa das grandes feridas da humanidade. Às vezes não nos damos conta como certas coisas ainda são muito recentes. O faroeste de Tarantino se passa em 1858, alguns anos antes da abolição da escravatura nos EUA. No Brasil, não esqueçamos, a abolição só foi decretada em 1889. Tanto é recente que ainda sofremos com algumas sequelas herdadas desse período.

O fato é que Tarantino cria todo um cenário de sofrimento e injustiça para tornar mais fácil digerir um Django justiceiro, com ares de herói de gibi. No final das contas, o diretor é exitoso. Não há quem não torça pelo personagem de Jamie Foxx na busca de sua amada Brunhilda.

É claro. Há de se registrar que o diretor mais uma vez presta homenagem a um gênero que fez parte da sua formação como cinéfilo e cineasta. Sem contar que ele se diverte pra caramba, principalmente quando se permite uma participação especial, tal como nos últimos minutos de Django Livre.

Em 2013, indicado ao Oscar de Melhor Filme e Ator Coadjuvante (Christoph Waltz).Ganhou o Globo de Ouro de Melhor Roteiro e Ator Coadjuvante (Christoph Waltz). Também foi indicado a Melhor Filme - Drama, Diretor e Ator Coadjuvante (Leonardo DiCaprio). No Bafta Awards, indicado ao prêmio de Melhor Diretor, Roteiro Original, Ator Coadjuvante (Christoph Waltz) e Edição e Som.

Gênero: Drama
Duração: 165 min.
Origem: EUA
Direção: Quentin Tarantino
Roteiro: Quentin Tarantino
Distribuidora: Sony Pictures
Censura: 16 anos
Ano: 2012
Classificação PoA Geral 
- Obra
X Baita Filme
- Bom Filme
- Bem Bacana
- Legal
- Meia-boca
- Ruim
- Péssimo

Nenhum comentário:

Postar um comentário