Entre o Amor e a Paixão
A canadense Sarah Polley parece estar despontando como uma das grandes cineasta de uma geração que está surgindo. Ela tem apenas 33 anos e já assina seu segundo filme. São trabalhos autorais, de muita personalidade. Em 2006, Longe Dela, o primeiro. O segundo, Entre o Amor e a Paixão, é do ano passado, mas só agora entra em cartaz no Brasil.
Dirigido e roteirizado por Sarah, Entre o Amor e a Paixão é um romance indie, milimetricamente pensado a cada cena, a cada objeto posicionado, em cada cor ou música. Tudo nos leva a sentir aquilo que Polley nos que fazer sentir.
O nome em português é muito claro. Michelle Williams é Margot, uma jovem escritora, casada há cinco anos, que vive no subúrbio de Toronto. Em uma viajem ela conhece Daniel (Luke Kirby), que por coincidência é seu vizinho. Rola uma química muito forte entre os dois e surge daí uma paixão. Margot entra num dilema ético, pois é casada, ama seu marido, ao mesmo tempo que está completamente atraída por Daniel.
Entre o Amor e a Paixão não tem frases de efeito. A maioria das coisas ficam subentendidas através do olhar, de uma gaguejada, de um gesto, de uma trilha sonora e até mesmo na fotografia do filme. Há cenas muito poéticas, de um cuidado primoroso de Sarah e sua equipe, sempre repleto de cenários bem coloridos, porém com tons desbotados, sempre com muitos objetos.
O sentimento é o de Margot. Indecisão, angustia, atração física e apego ao que já está constituído e aparentemente dá certo. Entre o Amor e a Paixão inspira certo ar de melancolia. É imediatamente chato, principalmente pela melosidade da protagonista. Mas o filme persiste, sabe o que quer e tem saldo positivo. Me ganhou só após a sessão, horas depois.
Seth Rogen é Lou, marido de Margot. Um dos pontos fortes do filme. Talvez o personagem mais simpático do trio de protagonistas. Contudo, Michelle Williams e Luke Kirby também estão muito convincentes, fazendo ótimos trabalhos sob o comando de Sarah Polley. Com esses três, Entre o Amor e a Paixão abre um leque imenso de possibilidades, sentimentos e interrelações. Apesar de se tratar de um roteiro amarrado principalmente por coincidências, estão ali situações possíveis, que em dado momento nos colocam com a mesma angustia de Margot.
Duração: 116 min.
Origem: Canadá
Direção: Sarah Polley
Roteiro: Sarah Polley
Distribuidora: Califórnia FilmesCensura: 14 anos
Ano: 2011
Classificação PoA Geral
- Obra
- Baita Filme
X Bom Filme
- Bem Bacana
- Legal
- Meia-boca
- Ruim
- Péssimo
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