segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Filme de Segunda 91

Biutiful

Biutiful é o quarto filme da carreira de Alejandro González Iñarritu, este cineasta mexicano de muito talento, que já conquistou o respeito do público e da crítica abordando as mazelas do cotidiano urbano das grandes metrópoles. E não pensem que estou enganado, o termo americano que dá título ao longa é assim mesmo, com a grafia errada. O motivo, entendemos durante a trama.

Uxbal (Javier Barden), é um anti-herói. Ele é o personagem central do filme. É o cara que se vira como pode. Está longe de ser rico, mas nunca lhe falta dinheiro. Numa caótica Barcelona, Uxbal agencía imigrantes africanos que trabalham como camelôs, além de um grupo de iligais coreanos que atuam na indústria têxtil e na construção civil. Uma espécie de cafetão.
Na vida pessoal, Uxbal tem um relacionamento pouco afetuoso com o irmão, uma ex-esposa bipolar, com sérios problemas para tocar a vida sozinha, além de dois filhos. Uma característica incomum do personagem é sua mediunidade. Assim, Biutiful tem dois motores que fazem a trama andar: a descoberta de um câncer incurável, que matará Uxbal, e seus filhos.

O personagem de Barden quer a redenção, de alguma forma perdoar e ser perdoado, deixar algum legado a seus filhos. Ou pelo menos que se lembrem dele. Uxbal não se lembra do seu. Ele vive a dicotomia de ser um agente ilegal, explorador de mão-de-obra barata e estrangeira que, por outro lado, tenta fazer aquilo da melhor forma possível para aquelas pessoas.

Iñarritu monta uma rede de relacionamentos complexa e problemática, com um peso que já é habitual em seus trabalhos. Biutiful não é digerido com facilidade, e o diretor faz de tudo para que isso seja proposital. Desde à fotografia cinza e urbana até os personagens pouco carismáticos. Ninguém está em cena pelo glamour, mas sim pelo caos.

Javier Barden é um monstro impressionante, que toma conta do filme. É um ator habituado a grandes papéis, e Uxbal não é um personagem fácil. Barden o faz de forma magnífica. Sem dúvida, o ponto alto de um filme que tem o sofrimento como argumento predominante.

Gênero: Drama
Duração: 147 min.
Origem: EUA
Direção: Alejandro González Iñárritu
Roteiro: Alejandro González Iñarritu, Armando Bo e Nicolás Giacobone
Distribuidora: Paris Filmes
Censura: 16 anos
Ano: 2010

Classificação PoA Geral 
- Obra
- Baita Filme
X Bom Filme
- Bem Bacana
- Legal
- Meia-boca
- Ruim
- Péssimo

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