domingo, 13 de maio de 2012

Inter Campeão Gaúcho de 2012

Para o torcedor colorado, o primeiro tempo da decisão no Beira-Rio foi um filme de terror. Os dois times foram para o intervalo com o resultado de 1 a 0 para o Caxias, e com o time da Serra jogando melhor futebol. Surpresa para todo mundo, menos para o Caxias, que treinou e se preparou para vencer, e tem o direito de achar que pode ganhar. E poderia, caso tivesse melhor sorte no segundo tempo e mais preparo físico. 

E quer melhor sorte que a do goleiro Paulo Sérgio, que pegou o pênalti cobrado pelo Nei? O gol seria o empate do Inter, que até viria depois, mas com o pênalti o empate chegaria mais cedo e tornaria as coisas mais fáceis para o colorado. O Caxias fez o que pôde, enquanto pôde. Embora tenha bom time, não é o suficiente para vencer o Inter da melhor campanha do Gauchão.

Aos 26 do primeiro o Caxias abriu o placar explorando o tendão de Aquiles colorado, a bola aérea. Cruzamento e gol do lateral direito Michel. E o Inter sentiu demais o gol, se desorganizou e passou a jogar com pressa. No 4-2-3-1 de Dorival, os três armadores embolaram no meio, pareciam estar amarrados. Quando Oscar abria por um lado, lá estava Dátolo, ocupando o mesmo espaço de Tinga, ambos próximos de Oscar, assim foi quando qualquer um dos três pegou na bola - o que favoreceu a marcação do Caxias. Faltou infiltração, ocupação inteligente de espaço e orientação dentro de campo. Tudo o que D'Alessandro deu ao time no segundo tempo.

O Caxias de Mauro Ovelha jogou da mesma forma como jogou e venceu o primeiro tempo na Serra. Quase um 4-3-3, com o meia Wangler vindo da direita e se juntando aos atacantes Caion e Wanderley. Wangler foi o grande nome da equipe grená na decisão. Quase fez o gol de empate no final do segundo tempo, chutando da entrada da área e obrigando Muriel a fazer grande defesa para evitar o 2 a 2 que seria favorável ao Caxias.

As mudanças de Dorival no intervalo foram essenciais para a virada e o título colorado. Dátolo saiu porque jogava mal, deu lugar a D'Alessandro. Tinga não fazia má partida, mas o Inter precisava ser mais agudo, por isso Dagoberto em seu lugar. O esquema ficou exatamente o mesmo, mudaram as características dos jogadores e o espírito da equipe. O Inter adiantou suas linhas e o Caxias não teve força para igualar o confronto, e nem fôlego para puxar contra-ataques.

O gol do Sandro Silva é um prêmio para o volante que tem sido o melhor jogador colorado desde o empate de 1 a 1 com o Santos no Beira-Rio, ainda pela primeira fase da Libertadores. O empate deu o gás que o Inter precisava para trazer a torcida de volta e engolir o time do Caxias. A jogada saiu dos pés de Oscar, que cresceu no jogo, atuando pela direita, enquanto D'Ale organizava pelo meio e Dagoberto fazia boas jogadas pela esquerda. O gol de Damião foi um processo natural dentro do contexto do jogo, contexto construído pelo Inter e seu treinador.

O torcedor colorado comemora o título merecido, que além de representar o 41° estatual conquistado pelo clube, ajuda a amenizar o sentimento de frustração depois da eliminação na Copa Libertadores. Parece que dias melhores virão. Dias melhores sem tantas lesões, com mais opções. D'Alessandro e Dagoberto entraram voando, sem medo da dividida, sem dúvida acréscimos importantes. Importante como é ganhar o Gauchão - se não para nós, que metemos o pau nos estaduais, é para eles que jogam e levam pau o campeonato todo. Parabéns Inter.

*Foto Ricardo Duarte/ClicRBS

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