quarta-feira, 2 de maio de 2012

Grêmio venceu porque se impôs quando tinha 11

Dentre os vários problemas que o Grêmio, enquanto clube de futebol, enfrenta na última década, um deles, inegavelmente, é a dificuldade que seus times têm para vencer fora de casa. Dentro de casa, quase todo mundo vence quase todas. Perde uma aqui e ali, empata outra, mas vence a maioria. O diferencial do time vencedor de uma competição é ser forte também fora do seu estádio. O Grêmio tem dois exemplos recentes: a Libertadores de 2007 e o BR-09. Em ambas as competições o Tricolor papou todo mundo em casa e perdeu tudo longe do Olímpico.

Na vitória desta quarta, o principal fator para os 2 a 0 sobre o Fortaleza foi a imposição do Grêmio sobre o modesto e empolgado time cearense. A partida foi no acanhado estádio Presidente Vargas, lotado de uma torcida confiante, que vê o Fortaleza fazendo boa campanha em 2012, com dois atacantes que estão marcando gols no estadual e com uma referência técnica vestindo a 10, o meia-atacante Geraldo, de 38 anos. Não é um ambiente fácil de se jogar, mesmo levando em conta que o Fortaleza está na 3° divisão do futebol brasileiro. Coloque ainda na conta do Grêmio a derrota no grenal e a eliminação no campeonato gaúcho.

Luxemburgo mudou o time. Uma mudança foi por necessidade, pois Naldo fez quarta zaga no lugar de G.Silva, suspenso. As outras duas foram opções do treinador. Gabriel merecidamente perdeu o lugar na lateral-direita para o participativo Edilson e, na frente, Bertoglio foi sacado do time para que o Grêmio tivesse um ataque com mais força física e poder aéreo, formado por André Lima e Marcelo Moreno. No restante do time, a forma mais habitual de jogar em 2012, o 4-4-2 com o desenho de losango no meio (4-3-1-2).

Desde o início o Grêmio marcou na frente, travou a empolgação da equipe cearense e encheu de nervosismo time treinado por Neido Xavier. O primeiro gol saiu aos 12 minutos, com Marcelo Moreno aproveitando a sobra dentro da área. O segundo gol foi uma pintura, um minuto depois do primeiro. O lateral Edilson cruzou para a entrada da área e, da meia-lua, como ela veio, Marco Antônio acertou com sua perna direita um daqueles chutes que se acerta poucas vezes na vida. Golaço para fechar uma bela vitória tricolor.
O Grêmio só correu riscos quando perdeu o lateral-esquerdo Pará, aos 17 do segundo tempo, expulso depois de receber dois cartões amarelos. O Fortaleza, que já fazia quase um 4-3-3 com Geraldo e Cléo jogando uma linha atrás do centroavante Jaílson, recheou ainda mais o time de atacantes. O problema é que justamente os dois melhores nomes do Fortaleza, Geraldo e Cléo, não estavam em noite inspirada. Quando conseguiram vencer a defesa tricolor, pararam em Victor - novamente em grande forma.

O retorno de Léo Gago parece ser um fator decisivo para o Grêmio atualmente. Foi assim na vitória de 2 a 0 desta quarta. Assim como são cada vez mais inspiradas as partidas do volante Fernando. Para o jogo da volta, no Olímpico, no próximo dia 9, é natural que Luxemburgo não precise mais de um time mais pesado, por isso é plausível que André seja banco e Bertoglio volte ao time. O que não pode mudar é a atitude que o Grêmio teve quando, principalmente, tinha 11 em campo.

Foto Jarbas Oliveira/AE

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