segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Filme de Segunda 56

Millennium - Os homens que não amavam as mulheres
Quem disse que remakes são sempre piores que a primeira versão de um filme? Aposto que você já disse. Eu já disse. É quase regra, quando não apenas um preconceito. Mas na verdade não sei o porquê de ter iniciado o texto dessa forma, afinal não assisti à versão sueca de Millennium - Os Homens que não amavam as mulheres, portanto não tenho como fazer um comparativo, embora seja unânime entre quem assistiu aos dois que a versão americana é melhor. Aliás, não acho que David Fincher tenha feito um remake do longa sueco. Pra mim, Fincher fez sua versão do livro.

É surpreendente que um filme de quase três horas de duração não dê ao espectador nenhum sinal de cansaço. Desavisados que não saibam a duração do longa talvez nem percebam o tempo passar. A trama de Millennium, apesar das muitas costuras de roteiro e montagem, não se arrasta, e muito pelas costuras de roteiro e montagem não se estende apenas para se estender. David Fincher e seu roteirista Steven Zaillian fazem um thriller de suspense que já começa forte desde os créditos iniciais.

A opção de deixar a história na Suécia foi acertada, não tirou a verdade da trama, deixa tudo mais crível e favorece a boa fotografia de Millennium.

Daniel Craig é o jornalista Mikael, especializado em investigação e escândalos financeiros. Mikael vive um momento difícil na trama, acaba de ir à julgamento e perder a causa para um grande empresário corrupto que foi alvo de uma de suas reportagens. A única saída que encontra é aceitar a proposta de Henrik Vanger, o patriarca de uma família influente no ramo empresarial da Suécia. Vanger quer que Mikael investigue um crime há 40 anos sem solução, ocorrido dentro da ilha aonde ainda mora a família: o desaparecimento de Harriet, na época com 16 anos, jovem promissora, possível herdeira do patrimônio empresarial dos Vanger.

É em meio a esta investigação calcada por lembranças, análise de fotos e ótimos flashbacks em que Mikael conhece sua aliada na busca por respostas, Lisbeth Salander, personagem que deu a indicação ao Oscar 2012 para a talentosa e promissora Rooney Mara. A jovem Salander é um ser humano complexo, de personalidade difícil, hábil com tecnologias, excelente investigadora, mas ainda incapaz de ter sua independência, pois sua guarda ainda pertence ao Estado.

Mais do que isto não vale a pena ser dito. Vale é assistir, entrar junto na investigação, é uma oportunidade que Fincher dá ao seu espectador, está tudo muito próximo. Millennium - Os Homens que não amavam as mulheres tem algumas indicações ao Oscar, menos a mais merecida, que talvez seja a de melhor diretor.

Só não vá ao cinema esperando um filme que te cause as melhores das sensações. Há um certo peso em Millennium, além do mistério, do ar sombrio do rigoroso inverno sueco, ainda tem a violência contra a mulher, tema de fundo da triologia escrita por Estieg Larsson, que vendeu milhões de livros no mundo todo e deu origem às adaptações cinematográficas.

Gênero: Suspense
Duração: 158 min.
Origem: Estados Unidos, Suécia, Reino Unido e Alemanhã
Direção: David Fincher 
Roteiro:  Steven Zaillian e Stieg Larsson
Distribuidora: Sony Pictures 
Censura: 16 anos
Ano: 2011

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