sábado, 29 de outubro de 2011

Ano ruim resume temporada do Grêmio a um jogo

É preciso compreender o tamanho que tem para o torcedor gremista o jogo entre Grêmio e Flamengo do próximo domingo. Se para um contexto geral de campeonato o jogo não tem tanto peso assim - e se tem, é mais por parte do Flamengo, que ainda pensa em título -, num contexto muito particular o panorama é outro. Ronaldinho Gaúcho está entre as grandes chagas das história do Tricolor quando, na verdade, o jogador tinha tudo para ser  exatamente o contrário, ser o grande jogador da história do clube. Ser um ídolo .
Ronaldo de Assis Moreira talvez seja o grande ídolo do futebol mundial da última década e, sem dúvida, é um dos maiores jogadores de futebol de todos os tempos. Seu auge, no Barcelona, foi impressionante. Com tudo isso, Ronaldinho só não é ídolo no Grêmio, no seu berço, onde poderia ser Rei. Este é o agravante da história, pois não se trata de um cara comum, se trata de um extra-classe talhado para ser ídolo, e de fato é em qualquer canto do planeta, e só não o foi por aqui porque resolveu sair do Olímpico pelas portas dos fundos, por opção própria (em "opção própria" leia-se Assis, seu empresário). 
O torcedor gremista vive um jejum de 10 anos sem um título de expressão, viu seu time fazer um péssimo 2011, que começou com mais um chapéu de Ronaldinho e seu irmão no clube, quando chegaram a brindar um acordo com o Grêmio em dezembro passado. O gremista criou muita expectativa quanto a sua volta, se preparou para receber um ídolo que era seu de direito, mas não era de fato. Com a recusa do craque, essa expectativa proporcionalmente se transformou em ira que, aliada ao momento do clube, transforma o que seria um jogo normal nesse jogão com clima de final de Copa do Mundo.
É preciso entender o torcedor gremista e sua magoa, que não é fruto de nada além da sua paixão pelo clube. E a paixão de um torcedor pelo time ainda é das coisas mais puras e intocadas do futebol-negócio, mesmo que ele seja, muitas vezes, mais negócio que futebol.
Por mais um ano que mais uma direção jogou fora o ano do Grêmio, e mais toda a chaga que representa Ronaldinho Gaúcho na história do clube, é que o Grêmio ganha o ano se ganhar do Flamengo e do R10 nesse domingo, no Olímpico. É pouco, mas é o que resta, e é legítimo que o torcedor encare essa partida dessa forma.


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